Génesis Capítulo 2
Ao desvendar o Jardim do Éden
Sempre que lemos o capítulo referente à formação do jardim do Éden, no livro de Génesis, nos enchemos de perguntas, não de incredulidade, é claro. Através da fé, cremos em toda a Bíblia e em Deus como Criador. Essas nossas dúvidas dizem respeito à interpretação do texto. Por exemplo:
"E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, do lado Oriental, e pôs ali o homem que tinha formado" Génesis 2:8.
O jardim foi plantado no Éden, e onde fica o Éden? Se foi plantado na Terra, foi destruído depois? Se foi destruído, por que não há referência a este aspecto? Há um local terreno onde se possa afirmar com convicção: Aqui jaz o Éden?
- "E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida do meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal" Génesis 2:9.
As duas árvores (da Vida e do conhecimento), Deus as plantou na Terra e depois as levou para o céu? Por que elas aparecem no livro de Apocalipse (2:7 e 22:2) relatadas como a estarem no "Paraíso de Deus"? O Paraíso de Deus é o mesmo Éden?
Encontrou-se certa vez um artigo, que muito ajudou na compreensão destas questões, transcreve-se aqui para quem sabe, contribuir com o crescimento de muitos. Foi o que de mais completo se encontrou sobre o assunto. Qualquer pessoa que desejar estudar o actual mapa do Iraque, poderá, sem nenhuma dificuldade, identificar o território da Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates. Ali, segundo as Escrituras, o homem foi formado por Deus, há cerca de seis mil anos atrás. Porém, ao lermos as Escrituras, a Bíblia, tomamos conhecimento da existência de um jardim plantado no Éden. Que jardim era este? E onde está o Éden narrado na Bíblia?
O primeiro Livro da Bíblia, o Génesis, narra a criação dos céus e da Terra, a criação do homem, a comunhão do homem com Deus e a trágica queda do primeiro casal. Para que possamos compreender mais profundamente o Livro de Génesis, é necessário termos em mente que Deus planeou a criação para nela estabelecer um relacionamento paternal e amoroso com o homem. No princípio, Deus relacionava-se íntima e directamente com o homem, até que este desobedeceu ao Criador, ao introduzir o pecado no mundo e, como consequência, foi rompida a comunhão original entre a criatura e o Criador. E foi, precisamente, a fim de restabelecer esta comunhão perdida que Deus enviou o seu Filho Unigénito, o Senhor Jesus Cristo.
Sobre o Éden
Durante a narrativa da criação dos céus e da Terra, vemos na Bíblia que Deus criou toda a vegetação da Terra no terceiro dia: "E disse: Produza a terra relva, ervas que dêem semente e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra. E assim se fez. A Terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo a sua espécie e árvores que davam fruto, cuja semente estava nele, conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom. Houve tarde e manhã, o terceiro dia" Génesis 1:11-13.
Note-se que o trecho bíblico acima mostra que a relva, as árvores frutíferas e as sementes estavam sobre a Terra. De seguida na narrativa bíblica encontramos o seguinte:
"E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento" Génesis 1:29. Novamente, a afirmação de que as ervas estavam na superfície da Terra.
"Não havia ainda nenhuma planta do campo na terra, pois ainda nenhuma erva do campo havia brotado; porque o SENHOR Deus não fizera chover sobre a terra, e também não havia homem para lavrar o solo. Mas uma neblina subia da terra e regava toda a superfície do solo" Génesis 2:5-6.
Vemos, pois que a erva da Terra ainda não havia brotado e que ainda aguardava que Deus fizesse chover sobre a Terra e, ainda, que o homem lavrasse o solo. O texto bíblico diz que não havia ainda nenhuma planta do campo na Terra. Imediatamente após esta narrativa, vemos na Bíblia, nos dois versículos seguintes ao anterior, o que se segue:
"Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente. E plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, na direcção do Oriente, e pôs nele o homem que havia formado" Génesis 2:7-8.
A Bíblia diz que Deus plantou um jardim no Éden. A distinção entre as sementes da Terra, as quais aguardavam pela chuva, e o jardim plantado por Deus é clara. Enquanto a erva aguardava o seu crescimento sobre a Terra, um jardim completo foi plantado pelo próprio Deus, no Éden. O texto bíblico prossegue: "Do solo fez o SENHOR Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal" Génesis 2:9.
O trecho acima não diz "do solo da Terra", mas, simplesmente, do solo. O solo do Éden. Diz ainda a Bíblia que do solo do Éden Deus fez brotar a Árvore da Vida, a qual se encontrava no meio do jardim. No Livro do Apocalipse vemos quatro referências a esta mesma Árvore da Vida, a qual Deus fez brotar do solo do Éden. Eis duas referências: "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus" Apocalipse 2:7.
"No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura dos povos" Apocalipse 22:2.
Agora vejamos: A Bíblia, em Génesis, diz que a Árvore da Vida brotou do solo do Éden e que a Árvore da Vida se encontrava no meio do jardim. E no Livro do Apocalipse vemos que esta mesma Árvore da Vida se encontra no meio da praça da Nova Jerusalém, e no Paraíso de Deus. Vejamos um pouco mais sobre a glória da cidade eterna, a Jerusalém celestial:
"A praça da cidade é de ouro puro, como vidro transparente. Nela, não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro" Apocalipse 21:21-22.
É, pois, evidente, que a Bíblia está a afirmar que a Nova Jerusalém é o lugar da habitação de Deus, pois a Nova Jerusalém desce do céu, da parte de Deus:
"E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu. E tinha a glória de Deus; e a sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente" Apocalipse 21:10-11.
Pois bem, é justamente nessa cidade celestial e eterna que a Bíblia diz estar a Árvore da Vida, a mesma Árvore da Vida que Deus fez brotar do solo do Jardim do Éden. Diante do que foi exposto, podemos entender que o Éden era, e continua a ser, um lugar distinto da Terra, pois a Árvore da Vida sempre esteve no solo do Éden, e que o jardim do Éden foi plantado pelo próprio Deus no solo do Éden e não sobre o solo da Terra. Vemos ainda, num belíssimo relato bíblico, que Deus passeava no jardim do Éden durante o período quando era a tarde sobre a Terra, e que Adão podia ouvi-Lo: "Quando ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do SENHOR Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim" Génesis 3:8.
E aqui, precisamente neste versículo, vemos que o homem tinha acesso ao Éden, onde está a Árvore da Vida, e nele caminhava. Porém, após a queda, o homem foi expulso do Éden: "O SENHOR Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado" Génesis 3:23.
Ora, se o homem foi expulso do Éden e posto para lavrar a Terra de que fora tomado, é claro que o Éden e a Terra nunca foram o mesmo lugar. Pelas Escrituras, vemos que o Éden é o lugar da habitação de Deus, o lugar onde está o Senhor, e que este lugar era aberto ao acesso do homem, porém, este último perdeu o acesso ao lugar da habitação de Deus, em consequência da queda.
"E havendo lançado fora o homem, pós querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida" Génesis 3:24.
Não somente ao homem foi vedado o acesso ao Éden, bem como lhe foi bloqueado o acesso à Árvore da Vida, a qual brotou do solo do Éden e que se encontra no Paraíso de Deus. O acesso ao Paraíso de Deus e à Árvore da Vida foram restabelecidos pela obra do Senhor Jesus Cristo, o qual desceu do céu a fim de reconciliar consigo o mundo: "a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação" 2 Coríntios 5:19.
"Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus" Apocalipse 2:7.
Conclusão:
Embora ao ter sido feito do pó da Terra, e material, o homem possuía acesso ao mundo espiritual e com ele interagia, pois o homem tinha acesso ao mesmo jardim onde Deus passeava na viração do dia, o Jardim do Éden. O Éden não ficava na Terra, porém, da Terra o homem podia adentrar nesse Jardim. Esta observação é comprovada pelo facto do homem ter se escondido de Deus (após a desobediência) por entre as árvores do Jardim do Éden, ao ter sido, posteriormente, de lá expulso. O Éden era o local de comunhão da criatura com o Criador, o entrelaçamento do ambiente original da criação (material) com Deus (espiritual). A mesma Árvore da Vida que brotou do solo do Éden, para a qual o homem perdeu o acesso, encontra-se no Paraíso de Deus, lugar da eterna e gloriosa habitação do Criador e onde viverão com Ele todos os que adentrarem pela Porta:
"Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo" Senhor Jesus Cristo. João 10:9.
A Criação do Homem Por Deus no Jardim do Éden
De onde viemos, para onde vamos? Porque fomos criados?
Desde os tempos antigos, o homem olha para o céu, para os astros e estrelas, em busca de respostas a essas perguntas fundamentais e ao mesmo tempo tão intrigantes. Diversos filósofos, astrónomos, físicos e outros pensadores têm se dedicado a tentar explicar qual seria a origem do universo e, de forma especialmente particular, da criação do ser humano. Durante muito tempo, predominou universalmente a crença fundamentada no criacionismo segundo a Bíblia. Entretanto, a partir de 1859 com a publicação do livro A Origem das Espécies por Charles Darwin, a comunidade científica, na sua maioria, passou a adoptar a teoria da Evolução das Espécies através da selecção natural.
Além disso, muitos cientistas, dentre eles o famoso físico, teórico e cosmólogo Stephen Hawking, defendem a tese de que o homem seria resultado do que restou da formação das estrelas. Segundo a Ciência, a vida seria assim algo que apareceu no nosso planeta somente por acaso, era o resto da formação do universo, sem sentido algum, sem nenhum propósito. Porém neste estudo, veremos que o ser humano é muito mais do que pó estelar, e que a vida tem sim um propósito. Veremos que um ser pessoal, um Deus moral, formou o homem e o estabeleceu para ser o seu representante neste mundo físico.

A Teoria da Evolução de Darwin Antagoniza a Criação do Homem.
A Criação do Homem
Adão [do hebraico "vermelho", adom], termo similar ao usado para designar 'terra' [em hebraico adama], foi assim chamado pois Deus formou Adão do barro, da terra.
"E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente" Génesis 2:7.
O verbo yatsar 'formou' sugere o trabalho de um artesão ao moldar a sua obra em barro. Deus envolveu-se pessoalmente na criação do homem, enquanto modelava o corpo humano do barro, e após, soprou nas suas narinas o fôlego de vida.
O sopro divino descrevia a forma como o Senhor infundiu o Espírito no ser humano, o que deu ao homem a capacidade intelectual, moral, relacional e espiritual. Diferentemente de todo o restante da criação, onde Deus simplesmente utilizara o termo 'haja', com o homem o Senhor demonstra profunda consideração e planeamento. O Elohim emprega a frase 'façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança'. Deus estabelece um padrão moral altíssimo para o ser humano, padrão referenciado e assemelhado ao próprio Deus. Agora havia chegado o momento ápice de toda a obra criadora, tudo o que foi criado anteriormente era destinado a comportar, sustentar e manter a vida da jóia prima da natureza.
A Imagem de Deus no Homem
"E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança;" Génesis 1:26.
Adão era o único ser em que Deus utilizou a Sua própria imagem, uma criatura feita para reflectir a Sua glória. A visão tradicional da criação, está associada com a imagem de Deus no homem, ao representar a Sua moral e ética, bem como a habilidade intelectual que recebeu do criador.
Agregado a isso, de acordo com a gramática hebraica, e com o conhecimento das tradições do antigo oriente, a interpretação melhor do texto seria 'façamos o homem como a nossa imagem'. A preposição hebraica equivalente a [à] nesta frase pode ser traduzida no sentido da conjunção [como]. Nos tempos do antigo Oriente, um imperador ordenava a colocação das suas estátuas e bustos em todos os pontos do seu império. Estes símbolos marcavam as áreas que estavam sob o seu poder. Deus colocou o homem na terra como o símbolo vivo dele mesmo, para representar o seu reino e o seu domínio, pois nós segundo a sua imagem, somos o Seu reino, o reino de Deus está em nós.
"santificado seja o teu nome; venha o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra, como no céu" Lucas 11:2.
E nós fomos feitos conforme a sua semelhança, ou seja, somos o reflexo da majestade divina na Terra. Deus criou um ser pessoal, com objectivos, com propósitos bem claros e definidos. E Deus vinha visitar o homem todos os dias. Deixava a sua habitação, toda a sua glória para poder conversar com Adão. Diante dos milhares de milhares de seres espirituais, cada qual com mais poder e grandeza de que os outros, não há notícia de que Deus tenha feito tal acto por nenhum outro ser criado. Nem por anjos, nem por arcanjos e nem por querubins ou qualquer outro ser vivente, excepto pelo ser humano. Mas o Eterno tinha o ser humano em altíssima estima. Isto elevava muitíssimo o status do homem como um ser que era a glória, a coroa da criação divina.
E Domine o Homem

A Criação do Homem Retratada Pelo Pintor Michelangelo
A expressão 'E domine o homem', revela o controle do homem como o regente de Deus na Terra. Deus deu esta capacidade ao homem de dominar e sujeitar a Terra, e tudo o que nela há. Mas devemos aceitar esta tarefa com muita responsabilidade. Cabe ao ser humano cuidar da criação divina, ao preservar e ao administrar tudo sabiamente.
"e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra" Génesis 1:26.
E esta ordem se aplica a nós mesmos também. Vemos cada vez mais o domínio da humanidade ao estender-se através do conhecimento científico. A cada dia cresce a conquista dos mares, da terra, do ar e do espaço.
E se podemos usar este dom divino do conhecimento para desenvolver novas tecnologias, podemos tirar bons proveitos para o nosso crescimento pessoal também. Muitas vezes é mais fácil ganhar uma guerra do que se dominar a si mesmo, para não iniciar ou entrar nessa guerra. Vejamos que a humanidade progride tecnologicamente, mas continua a ser dominada pelos seus piores instintos de guerras, mortes, roubos, invejas, ciúmes, conflitos, desavenças, boatos e muitas coisas semelhantes a estas. Mas o Criador deu-nos a capacidade de 'dominar', pois tudo o que fazemos passa pelo nosso crivo mental primeiro, tudo é primeiro submetido aos processos mentais. Deus nos fez com o propósito de sujeitar e não de sermos sujeitados por maus sentimentos.
O que precisamos é resgatar a imagem do Criador em nós. Nós temos que reflectir Deus, e entendermos que Deus é amor. E essa reflexão só será verdadeira quando permitirmos que o amor inunde, preencha o nosso coração e domine o nosso ser.
Ele mesmo nos deixou o maior exemplo de amor que alguém poderia conhecer. Entregou a sua própria vida para resgatar as suas criaturas, a quem Ele com tanto amor chamava de amigos e de filhos. A expressão da imagem e da semelhança de Deus é não outra, senão o AMOR. Nós podemos sim controlar as nossas reações, palavras e decisões e submetê-las a Deus. Nós podemos dominar as nossas emoções, ao usá-las como fonte de energia positiva, para construir algo bom. Por isso domine o homem a si mesmo, e reflicta, e busque mudança de atitudes, com uma nova prática de vida, com renovação no entendimento, com a não violência.
E devemos voltar à imagem de Deus que nos criou, como crianças inocentes, com perfeição de coração, pois perfeito é Aquele que a todos ama e que a todos quer salvar.
A Origem do Homem Segundo a História
Segundo a história secular, o homem teria passado por uma linha de evolução, iniciada há aproximadamente entre cinco e sete milhões de anos, ao sofrer diversas alotropias, ao partir de primatas pré-históricos, e que foi sendo submetido ao processo de Hominização através dos muitos milhares de anos que se passaram. Mas a Bíblia é clara e enfática ao afirmar que o homem foi criado no sexto dia da criação. O homem não veio de nenhum material biológico pré-existente ou da evolução da família de primatas antigos. O homem foi criado pessoalmente por Deus, que utilizou materiais inertes, sem vida, pois o Senhor Majestoso foi quem criou a vida. Deus deu vida ao homem e imediatamente lhe deu uma casa, um lar que o Senhor pessoalmente plantou, o Jardim [do hebraico 'gan', área cercada]. O Éden [do hebraico 'Eden' ou 'edenah'] 'deleite', 'prazer', 'alegria', localizava-se entre rios, ao originar o termo Mesopotâmia.
Onde Ficava o Jardim do Éden
Os rios que circundavam e rodeavam o Jardim do Éden eram o Eufrates [do hebraico Parath, 'frutífero'] (2750km), o rio Hidéquel [do hebraico Chiddeqel, 'rápido'], mais conhecido como rio Tigre (1950km). Estes rios de desgelo que têm as suas nascentes nas montanhas da Arménia (Turquia), que correm no sentido sul, ao atravessar toda a planície da Mesopotâmia (Iraque).
A quase totalidade do território do Oriente Médio, cerca de 90% é dominado pelo clima árido. As cheias desses rios se dão entre Abril e Junho, ao vir a fertilizar todo o solo da região. Eles também serviam de bebedouro para os animais da região, já que o livro de Génesis informa que no tempo de Adão ainda não havia chovido sobre a Terra.
Até aos dias de hoje no clima da região predomina a escassez de chuva, o que aumenta muito a importância da hidrografia mesopotâmica. Devido ao tamanho imenso da área que o Jardim parecia ocupar, certamente estes rios tinham também um papel importante para a mobilidade e o transporte do homem de uma ponta a outra do Éden.
A localização dos rios Giom [do hebraico Giychown, 'irrompendo'] e Pisom [do hebraico Piyshown, 'aumento'] é desconhecida, porém o historiador judeu Flávio Josefo, na sua obra A História dos Hebreus descreve que "o jardim era regado por um grande rio, que o rodeava completamente e se dividia em quatro outros rios".
"O primeiro desses rios, chamado Pisom, que significa "plenitude" e ao qual os gregos chamam Canges, corre para a Índia e desemboca no mar. O segundo que se chama Eufrates, e Fora na nossa língua, significa "dispersão" ou "flor", e o terceiro, a que chamam Tigre ou Diglath, que significa "estreito e rápido", ambos desembocam no mar Vermelho. O quarto, de nome Giom, que significa "que vem do oriente", é chamado Nilo pelos gregos e atravessa todo o Egipto" Flávio Josefo - A História dos Hebreus.
O Éden era encontrado 'na banda do oriente', ou seja a leste. Provavelmente no Génesis o nível dos mares era bem mais baixo. Uma das consequências do dilúvio de Noé seria a subida do nível dos mares, ao fazer com que a região do Golfo fosse inundada, ao esconder a localização do Jardim do Éden. Muitos estudiosos ainda acreditam que o local do Jardim ficaria na região que hoje compreende o Iraque e que o Dilúvio o teria destruído e soterrado.

O Jardim do Éden, O Lugar de Delícias, Ideal Para Adão e Eva.
O Clima Ideal do Jardim do Éden
O Éden era um lar extraordinário com uma enorme biodiversidade, com todos os melhores tipos de árvores frutíferas e plantas. Havia duas árvores realmente especiais, a Árvore da Vida [do hebraico 'ets chay], que transmitia a imortalidade ao homem, e a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal [do hebraico 'ets da'ath towb ra'].
O lugar que Deus escolheu para plantar o Jardim e pôr Adão, foi o melhor em todo o planeta recém criado. O crescente fértil, também chamado de mesopotâmia, que ficava entre o deserto da Síria e os Montes Zagros.
Uma região onde os indivíduos tinham plena protecção, o deserto e as montanhas protegiam o jardim que ficava entre eles. Os rios Tigre, o Eufrates, o Pisom e o Giom, irrigavam a vegetação do jardim do Éden e forneciam a água potável que o homem necessitava.
A planície da Mesopotâmia, era o local ideal para se formar os primeiros núcleos humanos, pois continha alimentos, água e segurança suficientes, para que posteriormente pudesse evoluir e se transformar em vilas ainda maiores.
Além disso, a vegetação abundante do jardim, amenizava a amplitude térmica da península arábica que chegava no mesmo dia a temperaturas díspares de 50º positivos de dia, a temperaturas abaixo de 0º à noite.
O Jardim, porém, mantinha a humidade e a temperatura frescas, constante e confortável tanto de dia, como de noite. A ocupação de Adão era cultivar [do hebraico abad, 'plantio, cultivo'] o Jardim do Éden e ser sustentado por ele. Aqui vemos um dos princípios básicos do desenvolvimento auto-sustentável relacionado com o meio ambiente, um assunto muito discutido e debatido actualmente.
Estudo sobre Génesis 2:1-17
INTRODUÇÃO
Em Génesis capítulo 2 nós recebemos informações adicionais da criação e do estado original do homem.
1. O PRIMEIRO SÁBADO - GÉNESIS 2:1-3
No sexto dia Deus terminou a Sua obra da Criação. O sétimo dia foi separado como um dia de descanso. Este não era um descanso motivado pelo cansaço, mas um descanso de alegria e satisfação. Quando o sábado foi incorporado na Lei de Israel [Êxodo 20:8] ele tinha o mesmo padrão dado aqui. O sétimo dia foi separado para descanso.
Os Cristãos referem-se frequentemente ao Domingo como o "Sábado Cristão". O autor nunca se sentiu confortável com esta posição [Colossenses 2:14-16; Gálatas 4:9-10; Romanos 14:5]. Nós deveríamos, entretanto, reconhecer o princípio do sábado. O sábado foi instituído para o bem estar físico, espiritual e mental do homem [Marcos 2:23-27]. O homem necessita de um dia para descansar e se alimentar espiritualmente. Os Cristãos seguem o padrão do Novo Testamento ao se reunirem no primeiro dia da semana. Este foi o dia em que Cristo ressuscitou [João 20:1; Actos 20:7; 1 Coríntios 16:2]. Durante a primeira semana em que Deus criou o mundo, Ele separou um dia para contemplar e se deleitar da obra da criação, da qual o homem foi o seu alvo principal. Vamos então, tanto quanto possível, separar o domingo para contemplar e nos deleitar no Senhor.
Nota: Aqui a palavra santificar é usada pela primeira vez. Santificar significa "separar". Isto nos ajuda a entender o posterior ensino bíblico da santificação.
2. CRIAÇÃO RE-INTRODUZIDA - GÉNESIS 2:4-6.
Estes versículos fazem um rápido resumo de Génesis capítulo um. Há vários novos itens de informação aqui. Em Génesis 2:5-6, nós temos informações sobre a irrigação da Terra. No presente ciclo hidrológico, a Terra é irrigada pela humidade que evapora dos oceanos, ao ser levada pelas massas de ar sobre a Terra, onde caem em forma de chuva ou neve [Eclesiastes 1:6-7]. No tempo da criação, entretanto, a terra era irrigada pela evaporação e condensação local [Génesis 2:6], e alimentado por rios artesianos [Génesis 2:10]. Provavelmente o nível de água subterrâneo era bem alto. Enquanto há muitas teorias interessantes a respeito da natureza da atmosfera terrestre no período "pré-dilúvio", é pelo menos óbvio de que ela era muito diferente de hoje. Em Génesis 2:4-6, nós somos apresentados a um novo nome de Deus. O primeiro capítulo refere-se a Ele como "Deus" o qual é a tradução do nome hebraico Elohim. Em Génesis 2:4, Ele é apresentado como o "SENHOR Deus". Todas as vezes que aparecer a palavra "SENHOR" no Velho Testamento, com letra maiúscula, é a palavra traduzida do nome hebraico Jeová. Este nome, o qual os Judeus em reverência se recusam a pronunciar, refere-se a Deus como o único "Auto-Existente".
3. A CRIAÇÃO DO HOMEM - GÉNESIS 2:7.
O corpo do homem foi criado do pó da Terra. Talvez "empoeirado" não seja um adjectivo tão mau assim para os meninos [1 Coríntios 15:47]. A nossa comida vem directa ou indirectamente da terra, na morte, o nosso corpo volta para o pó.
Enquanto observamos que o corpo humano é uma criação maravilhosa, não podemos esquecer que o princípio da vida veio directamente de Deus. Ele soprou no homem o fôlego da vida. A vida é muito mais do que átomos habilmente dispostos. Ela é um dom de Deus.
4. O JARDIM DO ÉDEN - GÉNESIS 2:8-14
A residência original do homem não foi numa mansão, mas num jardim. Casas e também roupas, vieram após a entrada do pecado. Deus providenciou todas as coisas que Adão necessitaria antes de criá-lo. Havia alimento para a sua nutrição e prazer e beleza para os olhos. Havia uma ocupação para passar o tempo e trazer satisfação [Génesis 2:15]. Havia até companheirismo [Génesis 2:18]. Em tudo isso nós vemos o amor e a bondade de Deus. Duas árvores são especialmente mencionadas [Génesis 2:9]. Uma destas árvores, era a árvore da vida, a qual é o mais difícil de entendermos. Ela é mencionada várias vezes nas Escrituras [Génesis 3:24; Ezequiel 47:12; Apocalipse 2:7 e 22:2]. De alguma maneira ela estava relacionada à saúde física.
As Escrituras também mencionam um rio que corria através do Éden. Isto também ajudava a regar o jardim que estava do lado oriental do Éden [Génesis 2:8]. Em Génesis 2:10-14 nós temos algumas informações a respeito dos seus quatro afluentes e as áreas pelas quais eles percorriam. Embora hoje não seja possível determinar a localização do Éden, através destas informações, nos parece que ele se localizava na região do "Fértil Crescente". Esta área é geralmente reconhecida como o berço da civilização.
Nota: Éden significa agradável, prazer ou deleite.
5. A OCUPAÇÃO DO HOMEM - GÉNESIS 2:15.
Note-se bem que ao homem foi dado trabalho antes mesmo da entrada do pecado. Somente o trabalho faz o homem encontrar plena realização e contentamento. O trabalho de Adão era agradável enquanto a Terra não tinha sido ainda amaldiçoada [Génesis 3:17-19]. Insectos e plantas nocivas não estavam presentes ainda. Pragas e secas não eram problema. A generosidade da Terra só necessitava ser direcionada e utilizada para beleza e nutrição. Na maneira de Deus tratar com Adão, nós temos a base para a ética ou moral do trabalho [Êxodo 20:8-9; 2 Tessalonicenses 3:10]. Que todo o Cristão ensine as suas crianças a necessidade e dignidade do trabalho. Vamos desempenhar também todo trabalho para a glória de Deus.
6. A ÁRVORE DO CONHECIMENTO DO BEM E DO MAL - GÉNESIS 2:16-17.
A árvore do conhecimento do bem e do mal foi colocada no Éden para que o homem fosse testado. Muitos têm debatido a respeito da sua espécie. Isto é tentar ser sábio acima do que está escrito e perde o objectivo principal. O homem já conhecia o bem, porque ele foi criado em santidade e também conhecia Deus. Ele somente poderia conhecer ou experimentar o mal pela desobediência a Deus. Em Génesis 2:17 nós temos a única restrição imposta ao homem e, portanto a única tentação ao pecado. Ao não levar em conta a natureza da árvore, comer do seu fruto era desobediência. Isto traria a morte e o conhecimento do mal. Há várias coisas que devemos ter em mente a respeito deste primeiro teste:
1. Através de Adão toda a raça humana foi testada. Adão era o cabeça da aliança e o representante de toda a raça humana [Romanos 5:12-19]. Cristo é chamado de o "último Adão" porque Ele representou o Seu povo [1 Coríntios 15:45].
2. Deus fartamente supriu todas as necessidades e desejos de Adão [Génesis 2:16]. A única restrição a ele não o deixaria de maneira nenhuma com alguma necessidade [Génesis 2:17]. Não há desculpas para o pecado.
3. Adão não possuía uma natureza pecadora para o conduzir ao pecado [Génesis 1:27].
4. Adão foi avisado das horríveis consequências do pecado. No dia em que ele comece do fruto proibido ele morreria espiritualmente [Efésios 2:1]. Por causa do pecado de Adão o homem está agora morto espiritualmente, morto ou a morrer fisicamente, e a sofrer o risco da segunda morte [Apocalipse 20:14]. Por que o homem envelhece e morre? Nós até podemos nunca entender o processo físico, mas através das Escrituras nós conhecemos a causa espiritual. Todo este conhecimento revela quão arbitrário e irracional foi o pecado de Adão. Isto não foi um pecadilho, mas uma traição contra a benevolência e a justa autoridade de Deus.
CONCLUSÃO
Antes da queda do homem, Deus alertou para a morte, enquanto o mundo somente conhecia a vida. Agora que a morte reina, Ele fala da vida em Jesus Cristo. Graças te damos, ó Deus, pelo último Adão.
Formação do Homem e da Mulher
Génesis - O começo da raça humana (Génesis 1:26 - 2:25)
Encerramos o anterior estudo ao falar sobre o descanso de Deus após realizar toda a criação. Comentamos sobre a criação do homem, no sexto dia, mas a Bíblia em Génesis 2:7 detalha o que se passou em Génesis 1:26. Muitas vezes as Escrituras utilizam essa forma acerca dos acontecimentos, primeiro ao informar de maneira geral, depois a descrever o mesmo facto com detalhes.
A Trindade a formar o homem
Diferentemente de toda a criação, o homem foi o único a ser formado à imagem e semelhança de Deus e que teve a sua formação descrita da maneira como está posta em Génesis 2:7. Comprovamos isso, por exemplo, ao comparar com a criação dos anjos, que foram feitos espírito por composição:
"Ainda, quanto aos anjos, diz: Aquele que a seus anjos fez ventos, e a seus ministros, labareda de fogo (...). Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?" Hebreus 1:7 e 14.
"Fazes a teus anjos ventos e a teus ministros, labaredas de fogo" Salmos 104:4.
Em Génesis 2:7 podemos começar a observar três aspectos no homem:
1º Corpo: "Formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra".
Deus pegou do pó da Terra e formou um corpo, porém não era um homem ainda, apenas um boneco. Deus deu ao homem um corpo, pois havia criado um planeta físico para ser governado. Em hebraico, a palavra "terra" (adamah) é parecida com "ser humano" (adam). E a palavra formou, no original é diferente do verbo criar ou fazer, ele é usado especificamente para descrever o que um oleiro faz com o barro.
2º Espírito: "E lhe soprou as narinas o fôlego de vida"
Deus pega aquele boneco e sopra algo dentro dele, ao conceder vida, uma vida que saiu de dentro do próprio Senhor. A palavra "fôlego" no hebraico é "neshamah", a mesma palavra usada para "espírito", ela significa vento, fôlego vital, inspiração divina, espírito.
"Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade" João 4:24.
3º Alma: "E o homem passou a ser alma vivente".
Quando o Espírito de Deus tocou aquele boneco de terra, foi manifesta a vida na alma e no corpo do homem. O que manifesta a vida no homem é a alma, a sua personalidade. Muitos confundem alma e espírito, mas se tratam de coisas distintas. Vejamos algumas passagens bíblicas que comprovam a tricotomia do homem:
"O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Salvador Jesus Cristo" 1 Tessalonicenses 5:23.
"Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração" Hebreus 4:12.
"Então disse Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador" Lucas 1:46.
Ao compreender cada parte do Homem
Cada uma das três partes do homem, de certa forma, é um centro pessoal com vida própria.
Corpo - O corpo possui uma vida própria. A vida do corpo está no sangue. Se uma pessoa se cortar ou se ferir com perda grande de sangue, caso não seja socorrida a tempo, a pessoa morre, não porque o corpo acabou, mas porque o que dá vida ao corpo na forma actual é o sangue.
"Porque a vida da carne está no sangue" Levítico 17:11.
Muitas pessoas pensam que quando a alma sai do corpo, o corpo morre, mas isso não é verdade. A Bíblia mostra que a morte do corpo faz com que a alma saia. Se fosse o contrário, ninguém cometeria suicídio, pois como uma pessoa poderia tirar a sua alma para morrer? Ela agride o corpo para morrer.
"Ao sair-lhe a alma (porque morreu)" Génesis 35:18.
Funções exclusivas do corpo: Os cinco sentidos - ver, ouvir, cheirar, saborear e tocar.
Alma - Na alma encontramos a personalidade do homem, as suas emoções, intelecto, e vontade. O tempo todo o homem trabalha nessas três áreas. Enquanto o intelecto raciocina, há algum tipo de emoção e a vontade é o resultado do que escolhe fazer. A alma é o centro de comunicação com o semelhante. Com a alma é impossível compreender as coisas de Deus, pois o intelecto pede para ver, por isso não compreende a fé. Nela reside o livre arbítrio, ao poder ser influenciada pelo corpo ou pelo espírito, mas quem toma a decisão é ela. Há um intercâmbio muito grande entre a alma e o corpo, pois ambos se comunicam com o mundo natural. Quando o corpo influencia a alma, o homem exterior se corrompe, ao preocupar-se com o mundo físico. Porém, embora o espírito fique isolado, ele está presente o tempo todo. Quando o homem tem o seu espírito recriado, ou seja, possui um encontro com Cristo e passa a ter a mente Dele, a alma volta a condição de comando originalmente criada por Deus e passa então pelo processo chamado de santificação, onde o homem vive o que Paulo disse em Gálatas 2:20: "Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim".
Espírito - No espírito é onde temos comunhão com Deus. O homem podia entender perfeitamente a Deus, porque o espírito foi colocado nele para isso.
"Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente. Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais. Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente" 1 Coríntios 2:12-15.
O homem não consegue entender as coisas de Deus no seu intelecto, na sua alma. Por isso que uma pessoa sem Jesus, sem um novo espírito, o do novo nascimento, não entende as coisas de Deus. Muitas vezes o homem quer entender a Deus na sua emoção. Exemplo disto quando não está emocionado e diz que Deus parece estar longe. Isso acontece, porque ele quer ter Deus na emoção. O espírito não tem emoção, ele pode até tocar a emoção, mas não depende da emoção para saber que Deus está presente em todos os momentos. Pode ser que a alma não esteja alegre, mas a Bíblia falou e está acabado. Isto é ter conhecimento de Deus pelo espírito.
O espírito é composto por basicamente três áreas:
Intuição - Capacidade de receber a revelação de Deus na Palavra. Conhecimento que gera mudança de vida.
"Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla num espelho o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência. Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar" Tiago 1:23-25.
Adoração - Resposta do homem ao amor de Deus. O homem não possui um amor como o de Deus para responder devidamente, ele ama, porque Deus o amou primeiro. Mas o amor que ele passa a sentir por Deus quando tem um encontro verdadeiro com Ele é adoração. Somente o espírito do homem é capaz de adorar a Deus.
O diabo engana ao confundir emoção com adoração. Se não estiver nas nuvens, não está a adorar. Mas isto é um grande engano. É através da fé que o homem reconhece a revelação de Deus como verdade para a sua vida e a resposta é automática, a mensagem passa a fazer parte da sua vida, e isso é adoração. A adoração é produzida no espírito pelo próprio amor de Deus.
Consciência - Conhecimento com Deus, no mesmo nível. Padrão de Deus presente no conhecimento de tudo. A consciência espiritual é literalmente conhecer a Deus, reconhecer a Sua palavra. É uma consciência de convicção. Foi colocada no homem para ele andar de acordo com Deus. Não é influenciada por acúmulo de conhecimento, ambiente ou criação, mas tem um julgamento totalmente espontâneo e directo: bem é bem e mal é mal.
O Surgimento geográfico do homem e da mulher (Génesis 2:8-25)
Segundo a cronologia Bíblica, que não é exacta, o homem foi criado há mais ou menos 4004 a.C. Ele surgiu próximo ao golfo pérsico, inclusive, dois rios dos quatro citados na Bíblia, o Rio Tigre e o Rio Eufrates, encontram-se geograficamente até hoje nessa região. Deus, então, com o homem formado de corpo, alma e espírito, entrega o Planeta nas mãos dele para domínio de tudo o que havia sido feito e coloca-o num jardim chamado Éden, onde havia toda a sorte de árvores boas para alimento. No meio desse jardim também ficava a árvore do conhecimento do bem e do mal e a árvore da vida.
A Bíblia descreve quatro rios nesse jardim: Pisom, Giom, Tigre e Eufrates. Deus coloca o homem nesse jardim para guardar e cultivar, ao dar-lhe o direito de comer livremente de todos os frutos das árvores, excepto de uma: a árvore do conhecimento do bem e do mal.
A formação da mulher
Deus entrega tudo nas mãos do homem, traz a ele todos os animais para que fosse dado nomes. Mas ao ver Deus que não havia na Terra uma auxiliadora que lhe fosse idónea, e que não era bom que o homem estivesse só, fez-lhe cair num pesado sono, tomou uma das suas costelas, fechou o lugar com carne, e da costela tirada transformou numa mulher. Podemos observar o carinho de Deus ao levar a mulher até o homem para mostrar o grande presente. A mulher foi feita para ser ajudadora e companheira, mas livre, pensante, independente e individual. Assim como o homem, foi formada pelas mãos de Deus.
Interessante é que já neste começo da história humana vemos o princípio do casamento de que o homem deve deixar o seu pai e a sua mãe para unir-se à sua mulher e assim, juntos, tornarem-se uma só carne. O homem e a mulher eram seres puros, sem pecados. A Bíblia ainda descreve que ambos estavam nus, mas não se envergonhavam.
E eis que Deus criou a mulher! E era só uma costela...
Que incógnita está presente no relacionamento a dois, ao fazer com que homem e mulher cumpram o propósito Divino de ser uma só carne? Propósito este, explicito desde a criação, consumado (e iniciado) com Adão e Eva.
Adam significa homem, raça humana. O nome está relacionado com "Adamah" que é igual a: solo, barro, chão. Temos em Génesis 2:7: "E formou o Senhor Deus o 'adam' do pó da 'adamah'. Eva é o mesmo que varoa, mulher, esposa: ishah. Assim, temos em Génesis 2:23: "Esta será chamada de ishah, porquanto do varão foi tomada". Deus primeiramente fez a Adão, do solo, ao soprar nas suas narinas o fôlego de vida, o espírito humano. E ele era muito ocupado, cuidava do jardim em toda a sua extensão, plantas e animais, mesmo assim sentia-se sozinho, incompleto. Em alguns momentos, Deus pode ouvir os pensamentos de Adão sobre a necessidade de interagir: com quem sorrir, se alegrar, se surpreender?!
Génesis 2:18 Então o Senhor Deus declarou: "Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda".
E do sono profundo de Adão, Deus assim cria a sua companheira Eva. Dessa criação, temos também o primeiro relato cirúrgico da história humana! Anestesiado, Adão não sente as mãos de Deus a operá-lo, ao retirar uma das suas costelas para trabalhar nela a maravilhosa criação feminina. Por que Deus escolhe criar Eva da costela de Adão? Não poderia Ele ter moldado novo barro e soprado novamente nas suas narinas o fôlego da vida? Poderia. Mas escolheu soprar vida num osso. Desprezar os significados dos detalhes existentes aqui, seria perder a perfeita e maravilhosa mensagem de Deus para nós. Por que Eva teve origem de uma costela? Será que já pesquisamos ou estudamos o significado da costela no corpo humano? Ela protege o coração, os pulmões, envolve órgãos vitais ao cobri-los com cuidado. A costela liga-se à coluna vertebral, a medula óssea que produz sangue. Sangue é vida! Sem sangue morremos. Eva era essa necessidade vital de Adão, era o seu sangue, a sua carne, era uma com ele. Se Eva tivesse sido feita de forma separada, ela não teria o propósito de completar Adão, nem de ser carne da sua carne. Ter sido feita da costela, é nobre, amoroso, porque a função das costelas para o corpo é amorosa, ela "abraça", envolve o nosso coração e pulmões, o nosso viver e respirar. Falamos tanto sobre a falta que faz o romantismo nos relacionamentos homem-mulher, e Deus foi o primeiro romântico da história ao pensar em Eva nascida de Adão, da sua costela.
"Então o Senhor Deus declarou: "Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda" Génesis 2:18.
Auxiliar é o mesmo que cercar, rodear, envolver; proteger, defender; ajudar. "Ajudar" é o princípio básico para a mulher existir. É a primeira causa porque foi criada.
"Quem encontra uma esposa encontra algo excelente; recebeu uma bênção do Senhor" Provérbios 18:22.
A mulher tem o propósito de aconselhar, completar, edificar o homem. Contudo, o homem não é superior à mulher. Aliás, masculino e feminino não é questão de competição, mas de união, harmonia. Deus fez a ambos com diferenças e de uma beleza única de modo a se encaixarem um ao outro como peças de quebra cabeças se encaixam, como côncavo e convexos. Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no Senhor. Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem de Deus 1 Coríntios 11:11-12.
Rute e Esther
São dois livros Bíblicos que se destacam dos demais pela peculiaridade de carregarem nomes femininos: Rute e Esther. E que mensagens tão grandiosas sobre o papel da mulher nos transmitem esses livros! Esther foi escolhida Rainha em lugar de Vasti. O Rei Assuero precisava de uma companheira digna e conselheira. Esther cumpriu com mestria a sua missão ao colocar-se na presença de Deus com jejum e orações, dessa forma soube escolher o melhor momento e as melhores palavras para convencer o Rei a não destruir os judeus. A atitude de Esther salvou uma nação! Rute, simples, delicada e temente ao Senhor. A sua maneira de ponderar a vida, consolou a muitos e devolveu a esperança de uma geração. Uma geração real, pois ela seria genitora de Obede, avó do Rei David. Rute foi uma jovem mulher, ajudadora, trabalhadora, que renunciou as futilidades da sua época para viver ao lado da sogra Noemi, porque a amava e confiava na restituição de Deus. Talvez esses sejam exemplos raros para o mundo de hoje. Vivemos tempos trabalhosos. Mulheres renunciam os propósitos de Deus para elas e com muitos homens, não tem sido diferente. Ascensão financeira, independência, igualdade de deveres e direitos, perversão sexual, são factores agravantes que desestabilizam a pureza e satisfação do relacionamento homem-mulher.
Da costela de Jesus Cristo.
Cristo é o último Adão, está escrito em 1 Coríntios 15:45: "O primeiro homem, Adão, tornou-se um ser vivente"; o último Adão, espírito vivificante. O primeiro Adão teve um osso quebrado para gerar a sua ajudadora, esposa, mas o último Adão, apesar de ferido, açoitado, transpassado com pregos nas mãos e nos pés, em sacrifício pela humanidade, permaneceu com ossos intactos, para se cumprir as profecias ditas a seu respeito:
Profecia: "Preserva-lhe todos os ossos, nem um deles sequer será quebrado" Salmo 34:20.
"Derramei-me como água, e todos os meus ossos se desconjuntaram..." Salmo 22:14.
Cumprimento: "Chegando-se, porém, a Jesus, como vissem que já estava morto, não lhe quebraram as pernas. Mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. Aquele que isto viu testificou, sendo verdadeiro o seu testemunho; e ele sabe que diz a verdade, para que também vós creiais. E isto aconteceu para se cumprir a Escritura: Nenhum dos seus ossos será quebrado" João 19:33-36.
A vida doada por Cristo, para a humanidade, só foi possível pelo derramar do Seu sangue jorrado do seu lado, da lança entre as suas costelas. O sangue do Noivo é que deu vida à Igreja Nova, para que fôssemos um, com Cristo.
"Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos. Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,
Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja; Porque somos membros do seu corpo, da sua carne, e dos seus ossos. Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne. Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja" Efésios 5:23 a 31.
Cristo é a vida da Igreja, o Seu sangue derramado foi a maior declaração de amor para todos (homens e mulheres) e através desse mistério, nos filiamos a Ele, ao sermos corpo do Seu corpo e carne da Sua carne. Cristo é a Plenitude da vida, é o nosso ajudador, intercessor, Ele é a costela e também o corpo, foi o Adão que também 'adormeceu' para gerar a Eva, a varoa, a esposa.
Essa analogia de Noivo-Noiva, Esposo-Esposa, surge nas Escrituras para tipificar o relacionamento amoroso e íntimo entre Cristo e a Igreja, contudo, e vale lembrar, que entre cônjuges, existe o coito, o acto sexual e amoroso que gera filhos (ou não). E entre Cristo e a Igreja, o relacionamento é baseado na união espiritual. O homem é salvo e pleno quando se entrega a Cristo Jesus e Ele faz morada Nele. Em Cristo, o casamento se consolida com a Igreja, na consumação dos séculos, com a Igreja elevada aos céus. Cristo, também se chama esposo, porque o Seu relacionamento connosco é familiar, fazemos parte do mesmo corpo, sangue, carne.
"Porque o teu Criador é o teu marido; o Senhor dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; que é chamado o Deus de toda a terra. Porque o Senhor te chamou como a mulher desamparada e triste de espírito; como a mulher da mocidade, que fora desprezada, diz o teu Deus" Isaías 54:5-6.
"Erga os olhos e olhe ao redor; todos os seus filhos se ajuntam e vêm até você. Juro pela minha vida que você se vestirá deles todos como ornamento; você se vestirá deles como uma noiva", declara o Senhor" Isaías 49:18.
Eis uma parte escrita do que representou a costela de Adão na origem da mulher. Deus é perfeito e as mulheres são agraciadas por terem a missão de vir ao mundo para alegrá-lo com todas as capacidades que Deus lhes deu.