Ao Enfrentar as Genealogias (Génesis 5:1-32)
Introdução
As genealogias nunca foram os textos mais lidos da Palavra de Deus. Ray Stedman conta a história de um velho ministro escocês que ia ler o primeiro capítulo do evangelho de Mateus para a sua igreja:
Ele começou: "Abraão gerou a Isaque, e Isaque gerou a Jacó, e Jacó gerou a Judá". O velho senhor deu uma olhada no texto, viu a lista que se seguia e disse: "e eles continuaram a gerar um ao outro página abaixo, até a metade da página seguinte".
Se formos honestos, é isso o que a maioria de nós faz com as genealogias da Bíblia - nós passamos por cima delas. Leupold, num dos clássicos comentários de Génesis, dá esta palavra de alerta aos pregadores: "Nem todos nos arriscamos a usar este capítulo para pregar".
E podemos acreditar, nem todos mesmo. No entanto, existe um versículo da Escritura que não nos deixará passar por Génesis 5 sem um estudo sério dessa genealogia: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correcção e para a educação na justiça" (2 Timóteo 3:16).
Ao ser assim, precisamos lidar com este capítulo de Génesis de forma a discernir o seu proveito e benefício para nós.
Ao Entender as Genealogias
O quinto capítulo de Génesis é apenas uma das muitas genealogias contidas na Escritura. Aprender com este capítulo irá nos encorajar e nos ensinar a estudar as outras inúmeras genealogias da Bíblia. De modo inverso, as outras genealogias lançarão uma luz considerável sobre a nossa abordagem deste texto em particular. Portanto, vamos prestar atenção ao propósito geral das genealogias antes de voltarmos a este texto.
As genealogias dos capítulos 5 e 11 de Génesis não são, de forma alguma, as únicas dos tempos antigos. Os egípcios tinham listas dos seus reis, assim como os sumérios. Os hititas mantinham catálogos das oferendas reais, sem dúvida de valor histórico e cronológico. As antigas genealogias do Oriente Próximo são muito elucidativas para determinar a correcta interpretação dos registos bíblicos.
Em primeiro lugar, aprendemos que o propósito das genealogias não era o de serem usadas como cronologia. À primeira vista, quem lê Génesis capítulo cinco pensa que é preciso apenas somar os números ali contidos para estabelecer a idade da civilização na Terra. Ussher, por exemplo, chegou à data de 4.004 a.C. para os acontecimentos do capítulo um de Génesis.
A indicação de nomes individuais não implica, necessariamente, numa sequência contínua. Muitas vezes, alguns nomes eram omitidos e os registos genealógicos eram selectivos. A expressão "A gerou B" nem sempre implica em descendência directa. Mateus 1:8 diz que "Jorão gerou Uzias", no Antigo Testamento (2 Reis 8:25; 11:2; 14:1, 21) vemos que Jorão foi pai de Acazias, pai de Joás, pai de Amazias, pai de Uzias. Portanto, "gerou" pode significar "gerou uma linhagem que culminou em". Como Kitchen afirma, "termos como 'filho' e 'pai' podem significar não só 'filho (neto)' e 'pai (avô)', mas também 'descendente' ou 'ancestral', respectivamente".
A disposição das genealogias num padrão claro e organizado também sugere algo diferente de um indicador cronológico. A genealogia de Cristo em Mateus, por exemplo (Mateus 1:1-17), está disposta em três séries de 14 gerações cada. Essa genealogia é conhecida como selectiva. Nas genealogias do antigo Oriente Próximo, em geral, os números eram de importância secundária. O propósito principal era estabelecer a identidade familiar de alguém, a sua linhagem. Em parte alguma de Génesis 5, ou da Bíblia, ou de qualquer outro lugar, os números foram indicados para estabelecer algum tipo de cronologia. Às vezes, os números de uma narrativa diferem dos números de outra. Embora haja muitas explicações para isto, uma delas é que esses números foram fornecidos apenas como um indicador. Números exactos não servem ao propósito da genealogia. Ainda que não ousemos dizer que esses números não são literais, estamos simplesmente a apontar a forma como eles eram usados no antigo Oriente Próximo. Vamos, então, analisar cuidadosamente as palavras do grande erudito, Dr. B. B. Warfield, quando diz:
Essas genealogias devem ser consideradas dignas de valor somente para o propósito ao qual foram registadas; elas não podem ser adaptadas para uso em outros fins para os quais não foram destinadas, e para os quais não são adequadas. Em especial, fica claro que o objectivo genealógico dessas genealogias não requeria um registo completo de todas as gerações pelas quais passava o descendente das pessoas a quem foram atribuídas; só uma indicação adequada da linhagem particular de onde procedia o descendente em questão. Portanto, um exame melhor das genealogias da Escritura mostra que elas são aplicadas livremente para toda a sorte de propósitos e não se pode afirmar com segurança que contenham um registo completo de todas as séries de gerações, embora quase sempre seja óbvio que muitas delas foram omitidas. Não há uma razão inerente à natureza das genealogias bíblicas pela qual uma genealogia de dez ligações registadas, tais como as dos capítulos 5 e 11 de Génesis, não possa representar um descendente real de cem, mil ou dez mil ligações. O ponto estabelecido pelo registo não é que estas sejam todas as ligações directas ocorridas entre o início e o fim dos nomes, mas que é uma linhagem onde se pode traçar a ascendência ou descendência de uma pessoa.
O Significado de Génesis 5
Se não podemos descobrir a idade da Terra pela genealogia do capítulo cinco de Génesis, o que vamos ganhar com o seu estudo? Quanto mais pensamos nesta passagem, mais fica claro que ela precisa ser interpretada à luz do seu contexto. Uma parte significativa desse contexto é a genealogia de Caim no capítulo quatro. Portanto, o significado e a aplicação da genealogia do capítulo cinco podem ser obtidos por comparação e contraposição com o capítulo quatro. Geralmente se diz que no capítulo quatro Moisés nos dá a genealogia de Caim, enquanto no capítulo cinco ele descreve a linhagem piedosa de Sete. Em certo sentido, isso é verdade. O capítulo quatro com certeza descreve uma descendência ímpia, enquanto o capítulo cinco regista a história da linhagem de onde viria o Salvador. Tecnicamente, no entanto, o capítulo cinco não é o registo da linhagem de Sete, mas o de Adão.
"Este é o livro da genealogia de Adão. No dia em que Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez; homem e mulher os criou, e os abençoou, e lhes chamou pelo nome de Adão, no dia em que foram criados. Viveu Adão cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e lhe chamou Sete" (Génesis 5:1-3).
Por que Moisés nos diria aquilo que já sabemos? Observe-se que os versículos não estão ligados à genealogia do capítulo quatro, mas à do capítulo cinco. A genealogia de Caim termina num beco sem saída. Ela começa com o ímpio Caim, termina com o perverso Lameque e é levada pela "enxurrada" do dilúvio. Moisés começa o capítulo cinco com a terminologia dos capítulos um e dois (por exemplo, 'criou', 'à semelhança de Deus', 'homem e mulher', 'os abençoou') para indicar ao leitor que os propósitos e planos de Deus para o homem, iniciados nos primeiros capítulos, devem ser cumpridos por meio da descendência de Adão, mas não pela linhagem de Caim, e sim pela de Sete. O capítulo cinco inteiro é uma descrição da linhagem estreita pela qual virá o Messias.
O contraste espiritual entre as duas linhagens é óbvio. E pode ser facilmente ilustrado pelos dois "Lameques" dos capítulos quatro e cinco. O Lameque (filho de Metusael, Génesis 4:18) da linhagem de Caim foi quem deu início à poligamia (Génesis 4:19). Pior ainda, ele foi um assassino que se gabou do seu crime (Génesis 4:23) e fez pouco das palavras de Deus ditas a Caim (Génesis 4:24).
O Lameque do capítulo cinco (filho de Matusalém e pai de Noé) foi um homem piedoso. O nome do seu filho revela a sua compreensão da queda do homem e da maldição de Deus sobre o solo (Génesis 5:29). Isso também indica que ele acreditava que Deus libertaria o homem da maldição por meio do descendente de Eva. Cremos que Lameque entendeu ainda que isso aconteceria especificamente por intermédio do filho dado por Deus a ele. Na história dos descendentes de Caim nenhum número é empregado, enquanto na linhagem de Sete há um padrão numérico definido. Os números no capítulo cinco especificamente fornecem:
1) a idade do indivíduo quando do nascimento do filho mencionado;
2) os anos vividos após o nascimento desse filho;
3) a idade do homem na época da sua morte.
Basicamente, a vida da pessoa cai em uma das duas partes, A. F. e D. F. antes ou depois do nascimento do filho. Esta não é uma divisão sem importância. A duração da vida dos homens no capítulo cinco é extraordinariamente longa, mas qualquer tentativa de explicar esse facto de forma alguma que não seja ao entender esses números literalmente é simplesmente inútil. Sem dúvida, as condições eram muito diferentes antes do dilúvio. Moisés, com certeza, pretendia nos impressionar com a longevidade daqueles homens. Esta é, obviamente, uma das razões pelas quais a idade deles foi incluída de forma tão evidente. Uma vida longa tornaria mais fácil a povoação da Terra. Algumas pessoas depois de 17 anos de casados tiveram seis filhos. Imaginemos então o que poderia ser feito em 900 anos!
Além do mais, Moisés, com isso, estaria a mostrar que o homem originalmente foi planeado para viver muitos anos, mesmo depois da queda. Certamente a promessa de um reino milenar, onde o homem viveria até uma idade bem avançada (Isaías 65:20), é apoiada por este capítulo. A longevidade não era uma coisa nova, era simplesmente algo recuperado.
O principal contraste entre as linhagens de Caim e Sete é a ênfase de cada uma delas. À linhagem de Caim é creditado o que se pode chamar de "progresso secular" e grandes realizações. Caim edificou a primeira cidade (Génesis 4:17). As contribuições tecnológicas e culturais vieram dos seus descendentes. Trabalhadores em metal, pecuários e músicos vieram da sua linhagem.
Agora, o que é enfatizado na linhagem de Sete? Nenhuma menção é feita a grandes contribuições ou realizações. Duas coisas, no entanto, distinguem os homens do capítulo cinco. Em primeiro lugar, eles foram homens de fé (Enoque, Génesis 5:18, 21-24; Lameque, Génesis 5:28-31). Esses homens olharam para o passado e compreenderam o facto de que o pecado foi a raiz dos seus problemas e pesares. E olharam para o futuro na expectativa da redenção que Deus ia providenciar por meio da sua descendência.
Isso leva-nos à segunda contribuição - eles geraram descendentes piedosos por meio dos quais os planos e propósitos divinos teriam continuidade. Ora, não está escrito que cada um dos seus filhos fosse temente a Deus. Contudo, sabemos que eles foram e que por meio deles e dos seus filhos a linhagem continuou até culminar em Noé. Embora o resto da humanidade devesse ser destruído no dilúvio, em Noé, a raça humana (mais ainda, o descendente de Eva) seria preservada. A esperança dos homens, portanto, estava na preservação de uma descendência temente a Deus. Mas que lição isso seria para os israelitas! Quando chegassem à terra de Canaã, eles encontrariam um povo completamente diferente dos egípcios. Os egípcios desprezavam-nos e não davam a mínima para casamentos mistos; os cananeus, no entanto, tentariam casar-se com eles (Génesis 46:34; Deuteronómio 7:1; Números 25:1). Casar-se com os cananeus seria abandonar o Deus de Israel. Misturar-se com eles significava poluir a linhagem temente a Deus por meio da qual viria o Messias. Deus tinha prometido abençoar a fé e obediência dos israelitas. Ele lhes daria chuva, boa colheita e gado(Deuteronómio 28). No entanto, com casamentos mistos, Israel talvez depositasse a sua confiança não no Deus vivo, mas na tecnologia dos cananeus. Cavalos e carruagens deviam ser os últimos avanços tecnológicos na guerra, mas Deus tinha proibido Israel de acumular esse tipo de armamento. Eles deviam confiar somente Nele (Êxodo 15:4; Deuteronómio 17:14; Josué 11:6). Fazer aliança com as nações pagãs podia ser a maneira do mundo, mas não a de Deus (2 Reis 18, 19). Talvez fiquemos surpresos com tanta ênfase na morte na genealogia do capítulo cinco, já que isso não é mencionado no capítulo quatro. Não teria sido mais apropriado ressaltar a morte em conexão com a linhagem ímpia de Caim?
A primeira coisa que precisamos entender é o significado da morte no contexto do livro de Génesis. Deus tinha dito a Adão que certamente eles morreriam no dia em que comessem do fruto proibido (Génesis 2:17). Satanás descaradamente negou isso e garantiu a Eva que não seria assim (Génesis 3:4). O capítulo cinco é um amargo lembrete de que o salário do pecado é a morte e que Deus cumpre a Sua Palavra, para julgar e para salvar. Mas por que não ressaltar a relação entre a pecaminosidade e a morte? Por que não dar ênfase à morte no capítulo quatro? Vamos sugerir uma explicação. No capítulo quatro, a morte não parecia muito popular. Cremos que Caim encontrou consolo no facto de ter gerado um filho e de ter dado o nome dele à cidade que edificou. Além disso, a sua descendência foi responsável por grandes contribuições tecnológicas e culturais. Esses "monumentos" de Caim talvez tenham lhe dado algum tipo de conforto. No entanto, a triste realidade era completamente diferente. Como está escrito no livro de Provérbios: "A memória do justo é abençoada, mas o nome dos perversos cai em podridão" (Provérbios 10:7).
A maior tragédia não foi a morte dos homens do capítulo quatro, pois ela também ocorreu no capítulo cinco. A tragédia foi a descendência de Caim não ter sobrevivido ao julgamento de Deus. Contudo, Noé, o descendente de Sete, sobreviveu. Todos os homens morrerão um dia, mas alguns serão levados ao tormento eterno enquanto que o povo da fé passará a eternidade na presença de Deus (João 5:28-29; Apocalipse 20). A aparência externa mostra o que os filhos deste mundo "têm feito", mas a realidade final é totalmente diferente.
A morte chegou à descendência piedosa de Sete. Isto é repetido oito vezes no capítulo cinco. Mas Enoque é um tipo daqueles que verdadeiramente caminham com Deus. A morte não irá tragá-los. Eles serão conduzidos à eterna presença de Deus, em cuja companhia viverão para sempre. A morte pode ser vista com naturalidade pelos verdadeiros crentes, pois o seu aguilhão foi removido pela obra de Deus na morte de Jesus Cristo, o "descendente da mulher" (Génesis 3:15).
Aplicação
Não podemos deixar estes versículos sem mostrar a sua relevância para nós hoje. A coisa mais importante do mundo, segundo Moisés, o que determina o destino dos homens, não é a sua contribuição à cultura ou à civilização (por mais importante que seja). Quer tenhamos ou não granjeado a nossa reputação por nós mesmos, isso é de pouca consequência eterna. O factor decisivo para cada homem mencionado nestes capítulos é somente um: será que o nome deles estava no livro de Deus? Moisés começou o capítulo cinco com estas palavras: "Este é o livro da genealogia de Adão. No dia em que Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez" (Génesis 5:1).
E, no último livro da Bíblia, encontramos as seguintes palavras:
"Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então se abriram os livros. Ainda outro livro, o livro da vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros. Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras. Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, se alguém não foi achado inscrito no livro da vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo" (Apocalipse 20:12-15).
O que determinou o destino dos homens da Antiguidade foi se o seu nome estava no livro da geração de Caim ou no livro da geração de Sete. E o que determinou o nome daqueles que são listados no capítulo cinco foi o seu reconhecimento de pecado pessoal e a sua fé em Deus para prover a salvação prometida por Ele.
E hoje em dia, ainda é assim. A pergunta que fica é: em que genealogia seremos encontrados? Ainda estamos em Adão ou já estamos em Cristo (Romanos 5)? Se reconhecermos que somos pecadores, que merecemos o castigo eterno de Deus e confiamos na justiça do Senhor Jesus e na Sua morte substitutiva, estamos em Cristo. O nosso nome está no livro da vida. Se não, estamos em Adão. Embora as nossas obras possam impressionar os homens, elas não satisfarão o padrão de Deus para a vida eterna. Em qual livro o nosso nome será encontrado?
Em segundo lugar, este capítulo lembra-nos que o valor de um homem, aos olhos de Deus, deve ser manifestado nos seus filhos. Essa é a razão pela qual os presbíteros devem ser avaliados, em parte, pelo seu desempenho como pais (1 Timóteo 3; Tito 1). Como isso deve mudar os nossos valores e as nossas prioridades! Caim edificou para o seu filho, mas Sete edificou o seu filho. Caim sacrificou os seus filhos ao sucesso. Sete encontrou sucesso nos seus filhos. Como é frequente a nossa necessidade de sermos relembrados das palavras do salmista:
"Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados ele dá enquanto dormem. Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão. Como flechas na mão do guerreiro, assim os filhos da mocidade. Feliz o homem que enche deles a sua aljava; não será envergonhado, quando pleitear com os inimigos à porta" (Salmo 127).
O salmista está a relembrar a quem é viciado em trabalho que lutar pelo sucesso quase sempre sacrifica o que é de maior valor. Ele nos diz que os filhos, o grande presente de Deus aos homens, não são dados durante a labuta, mas durante o sono, não por se levantar cedo e deitar tarde, mas por descansar na fidelidade de Deus. Que comentário excelente de Génesis cinco encontra-se nas difíceis palavras de Paulo na primeira carta a Timóteo:
"A mulher aprenda em silêncio, com toda a submissão. E não permito que a mulher ensine, nem exerça autoridade de homem; esteja, porém, em silêncio. Porque, primeiro, foi formado Adão, depois, Eva. E Adão não foi iludido, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão. Mas ela será preservada pelo nascimento de filhos se eles continuarem em fé e amor, e em santidade com domínio próprio" (1 Timóteo 2:11-15).
As mulheres que não concordam com o ensinamento de Paulo talvez protestem: "Mas como posso encontrar satisfação com todas essas proibições, e como posso contribuir de forma significativa para a igreja?" Paulo diz que, de facto, "o trabalho mais importante de todos para a mulher temente a Deus é criar filhos tementes a Deus".
E, a fim de não aplicarmos isso somente às mulheres, vamos sugerir que o mesmo vale para os homens, embora esta não seja a intenção original de Paulo neste versículo. Os pais estão a sacrificar os seus filhos pelo sucesso no mundo dos negócios ou no ministério cristão? Não há chamado mais importante do que criar filhos tementes a Deus. Se falharmos neste ponto, teremos falhado no nosso maior chamado. Sabemos que há quem não tenha, ou não possa, ter filhos. Por isso, dizemos que não estamos na mesma época dos antigos israelitas. A linhagem piedosa foi preservada e o Messias já veio pela descendência da mulher. No entanto, é vital para o propósito de Deus que os remanescentes fieis continuem a realizar a Sua obra para o homem e por intermédio do homem. Nós, então, precisamos continuar a gerar filhos espirituais e nutri-los com as verdades da Palavra de Deus. Vamos levar a sério esta tarefa.