PERGUNTAS BÍBLICAS

Pergunta: "O que aconteceu em cada um dos dias da Criação?"

Resposta: O relato da criação é encontrado em Génesis 1-2. A sua linguagem deixa claro que toda a criação foi formada a partir do nada em seis literais períodos de 24 horas, sem qualquer tempo a transcorrer entre eles. Isto é evidente porque o contexto requer um literal período de 24 horas. O evento é descrito especificamente de uma forma que uma leitura normal e de senso comum entende-o como um dia literal: "Houve tarde e manhã, o primeiro dia" (Génesis 1:5). Além disso, cada frase na língua original começa com a palavra "e". Esta é uma boa gramática hebraica e indica que cada frase é construída sobre a afirmação anterior, ao indicar claramente que os dias eram um após o outro e não separados por qualquer período de tempo. O relato de Génesis revela que a Palavra de Deus é autoritária e poderosa. A maioria do trabalho criativo de Deus é feito por falar, o que é mais uma indicação do poder e autoridade da Sua Palavra. Vamos examinar cada dia da obra criadora de Deus:


Dia 1 da Criação (Génesis 1:1-5)

Deus criou os céus e a Terra. "Os céus" referem-se a tudo que vai além da Terra, ou seja, o espaço sideral. A Terra está feita, mas não formada de forma alguma, embora a água esteja presente. Deus, então, chama a luz à existência. Ele então separa a luz da escuridão e chama a luz de "dia" e a escuridão de "noite". Esse trabalho criativo ocorre da noite até a manhã - um dia.


Dia 2 da Criação (Génesis 1:6-8)

Deus cria o céu. O céu forma uma barreira entre a água sobre a superfície e a humidade do ar. Neste ponto, a Terra teria uma atmosfera. Este trabalho criativo ocorre em um dia.


Dia 3 da Criação (Génesis 1:9-13)

Deus cria a terra seca. Os continentes e ilhas estão acima da água. As grandes massas de água são chamadas de "mares" e a porção seca é chamada de "terra". Deus declara que tudo isso é bom. Deus cria toda a vida vegetal grande e pequena. Ele cria essa vida para ser auto-sustentável; as plantas têm a capacidade de se reproduzir. Elas foram criadas em grande diversidade (muitos "tipos"). A Terra era verde e cheia de plantas. Deus declara que este trabalho também é bom. Este trabalho criativo leva um dia.


Dia 4 da Criação (Génesis 1:14-19)

Deus cria todas as estrelas e corpos celestes. O movimento destes vai ajudar o homem a acompanhar o tempo. Dois grandes corpos celestes são feitos em relação à Terra. O primeiro é o sol, que é a principal fonte de luz, e a lua, que reflecte a luz do sol. O movimento destes corpos distingue o dia da noite. Este trabalho também é declarado por Deus como sendo bom e também leva um dia.


Dia 5 da Criação (Génesis 1:20-23)

Deus cria toda a via que vive na água. Qualquer vida de qualquer espécie que vive na água é feita neste momento. Deus também cria todos os pássaros. A linguagem permite que este pode ser o momento em que Deus fez os insectos que voam também (ou, se não, eles foram feitos no sexto dia). Todas estas criaturas são feitas com a capacidade de perpetuar as suas espécies através da reprodução. As criaturas feitas no Dia 5 são as primeiras abençoadas por Deus. Deus declara este trabalho bom, e isso ocorre em um dia.


Dia 6 da Criação (Génesis 1:24-31)

Deus cria todas as criaturas que vivem em terra firme. Isto inclui o homem e todo o tipo de criatura não formada nos dias anteriores. Deus declara este trabalho bom. Deus, então, aconselha-se consigo mesmo: "Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança" (Génesis 1:26). Esta não é uma revelação explícita da Trindade, mas faz parte da sua fundação, já que Deus revela um "nós" dentro da Divindade. Deus cria o homem, e o homem é feito à imagem de Deus (ambos os homens e mulheres possuem esta imagem) e é especial acima de todas as outras criaturas. Para enfatizar isso, Deus coloca o homem em posição de autoridade sobre a Terra e sobre todas as outras criaturas. Deus abençoa o homem e ordena-lhe a se reproduzir, encher a Terra e sujeitá-la (trazê-la sob a legítima gestão do homem como autorizada por Deus). Deus anuncia que o homem e todas as outras criaturas devem comer apenas plantas. Ele não vai rescindir esta restrição dietética até Génesis 9:3-4.

O trabalho criativo de Deus está completo no final do sexto dia. Todo o universo em toda a sua beleza e perfeição foi totalmente formado em seis dias literais, seguidos e de 24 horas. Na conclusão da Sua criação, Deus anuncia que tudo é muito bom.


Dia 7 da Criação (Génesis 2:1-3)

Deus descansa. Isso de forma alguma indica que Ele estava cansado dos seus esforços criativos, mas denota que a criação está completa. Além disso, Deus está a estabelecer um padrão de um dia de descanso a cada sete dias. Guardar este dia acabaria por ser uma característica distintiva do Seu povo escolhido (Êxodo 20:8-11).

Como entender a "Árvore da Vida" de Génesis 2:9? Essa árvore é Jesus? Quais livros do Antigo Testamento falam de Jesus?

Esta pergunta tem dois temas, a "árvore da vida" e "Jesus no Antigo Testamento". A "Árvore da Vida" é um dos elementos presentes na descrição que o livro do Génesis dá do jardim em Éden (Génesis 2:8 e seguintes). A palavra Éden, em hebraico, significa "jardim". A primeira tradução da Bíblia em grego, a Setenta, traduziu esse termo como "paraíso" e até hoje identificamos "Éden" com "paraíso". Mas essa identificação não deriva da Bíblia. Éden parece efectivamente ser uma região geográfica no livro de Génesis, mas a sua localização é desconhecida. Alguns interpretes dizem que pode ser comparado à expressão assíria "bit adini", que significa a região fértil às margens do rio Eufrates. Porém provavelmente a concepção hebraica faz referência à "delícia", que tem como raiz a palavra hebraica "dn", a mesma raiz. Nos outros livros bíblicos o Éden é o oposto ao deserto e à estepe e é o jardim de Deus (Ezequiel 28:13; 31:9; Isaías 51:3). No Éden existem duas árvores: a "da vida", que está no meio do jardim, e a "árvore do conhecimento do bem e do mal". Em Génesis 2:16-17 Deus diz ao homem: "Podes comer de todas as árvores do jardim. Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás, porque no dia em que dela comeres terás que morrer".

A interpretação da "árvore da vida, que está no meio do jardim" deve ser iluminada por Génesis 3:22. Depois do pecado, YHWH diz: "Se o homem já é como um de nós, versado no bem e no mal, que agora ele não estenda a mão e colha também da árvore da vida, e coma e viva para sempre". Portanto a árvore da vida dá a vida eterna.

A mensagem fundamental dos primeiros capítulos do Génesis é que o ser humano é criatura de Deus. O autor consegue transmitir essa verdade não com conceitos abstractos, como talvez estamos acostumados a fazer e escutar hoje em dia, mas de forma muito concreta, palpável. Génesis diz que o ser humano não é Deus, embora seja criado à sua imagem e semelhança. Ao comer da "árvore do bem e do mal" adquire uma característica atribuída a Deus, a capacidade de discernir entre o que é bem e o que é mal. Outra característica atribuída a Deus é a vida eterna. Se o ser humano ganhasse também a vida eterna poderia iludir-se e pensar definitivamente que fosse ele mesmo Deus. Invés a morte para o ser humano é importante, pois graças a ela fica evidente a situação humana, de criatura. O ser humano é, então, expulso do Éden para evitar que se engane, ao pensar que é Deus, ao comer da árvore da vida. Durante toda a Bíblia esse tema ficou 'adormecido', mas a literatura apocalíptica o ressuscitou (sobretudo Esdras). Além de aparecer nos apocalipses dos judeus, é presente também no Apocalipse de João. De facto, um dos últimos versículos da Bíblia fala da 'árvore da vida' (Apocalipse 22:19) que forma, dessa maneira, uma moldura para a Bíblia, pois o tema está presente no início e no fim do livro sagrado.

O Apocalipse promete a "árvore da vida" como prémio ao "vencedor" (Apocalipse 2:7): "Ao vencedor, conceder-lhe-ei comer da árvore da vida que está no paraíso de Deus". O termo usado em grego é "xulon", que pode ser traduzido, além de árvore, como "lenho". Em prática, aquilo que Génesis proíbe a Adão, o Apocalipse promete ao "vencedor". Essa promessa só é possível graças à morte de Jesus Cristo, no "lenho" da cruz. João, então, vê na cruz a 'árvore da vida', que dá vida.

A segunda parte da pergunta, sobre os livros que falam de Jesus, é um tema mais amplo e merece um livro. Muitos interpretes fazem uma leitura cristológica do Antigo Testamento e sublinham que muitas histórias e sobretudo profecias são um anúncio da vinda de Cristo. Dessa forma vêem frequentes referências a Jesus. Para citar dois exemplos um pouco extremos, um menos evidente e outro mais: alguns dizem que quando Samuel unge Davi em 1Samuel 16, em Belém, é um anúncio do nascimento de Cristo naquela cidade; em Miquéias 5:1-3 lemos: "E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és o menor entre os clãs de Judá, pois de ti sairá um chefe que apascentará Israel, o meu povo". Esse texto é citado por Mateus como um anúncio do nascimento de Cristo na cidade de Belém (Mateus 2:5).

Existem tantos outros exemplos como estes do Antigo Testamento que são tidos, seja pelo próprio Novo Testamento ou por interpretações posteriores, como claras referências a Jesus.

Pergunta: "Por que existem duas narrativas diferentes sobre a Criação em Génesis capítulos 1-2?"

Resposta: Em Génesis 1:1 diz: "No princípio criou Deus os céus e a terra...". Depois, em Génesis 2:4, aparenta ser o caso que uma história diferente sobre a Criação começa. A idéia errada sobre a existência de duas narrativas sobre a Criação é bastante comum. No entanto, vamos ver que essas passagens descrevem o mesmo evento da Criação. Elas não discordam sobre em qual ordem as coisas foram criadas, portanto, não se contradizem. De acordo com a opinião errada, Génesis 1 afirma que Deus criou a Terra, então a vegetação, então os animais, então o homem; enquanto Génesis 2 afirma que Deus criou a Terra, então o homem, então as plantas, então os animais. Na verdade, enquanto Génesis 1 descreve os "Seis Dias da Criação" (e um sétimo dia para descanso), Génesis 2 descreve apenas um dia da semana de Criação - o sexto dia - e não há nenhuma contradição (como iremos ver). Vamos começar este estudo com uma investigação dos primeiros cinco versículos da narrativa em Génesis 2 e terminar com uma visão geral do resto do capítulo. Como a passagem de Génesis 1 na verdade termina com o terceiro versículo do segundo capítulo, vamos começar a narrativa de Génesis 2 no quarto versículo. Estaremos a usar a versão Almeida Revista e Actualizada (versão 1993).

Esta é a génese dos céus e da Terra quando foram criados, quando o SENHOR Deus os criou (Génesis 2:4). A palavra hebraica aqui traduzida "génese" é toledot. Ela aparece mais doze vezes no livro de Génesis (Génesis 5:1; 6:9; 10:1, 32; 11:10; 11:27; 25:12-13, 19; 36:1, 9 e 37:2) e mais doze vezes no resto do Velho Testamento, sempre em referência à linhagem humana (sem excepção). A palavra "quando" aqui refere-se a um período de tempo não especificado. Então, uma leitura directa do quarto versículo seria algo assim: "o que segue é a descrição da linhagem humana dos céus e da Terra na era quando Deus os criou". Não especifica o primeiro dia, ou o segundo, ou o oitavo dia. Não havia ainda nenhuma planta do campo na Terra, pois ainda nenhuma erva do campo havia brotado; porque o SENHOR Deus não fizera chover sobre a terra, e também não havia homem para lavrar o solo (Génesis 2:5). A palavra hebraica traduzida aqui como "campo" é sadeh. Refere-se a um terreno pequeno ou a um campo cultivado. A palavra "terra" é erets. Refere-se a um terreno maior, ou ao planeta como um todo. Essa é uma distinção bem importante, distinção essa que vemos não só nesta passagem, mas também no resto do livro de Génesis (Génesis 23:13, por exemplo) e por todo o Velho Testamento (Levítico 25:2-3, por exemplo). Enquanto a vegetação de Génesis 1:11-12 era a de um tipo geral, a vegetação de Génesis 2:5, 8-9 era de um tipo específico. As "plantas de sadeh" e as "ervas de sadeh" referem-se à agricultura, sadeh ao significar um campo cultivado. Note-se que ainda não existia agricultura porque o SENHOR Deus não fizera chover sobre a Terra, e também não havia homem para lavrar o solo. Em destaque aqui estão duas das quatro coisas necessárias para a agricultura (o homem para lavrar o solo e a chuva, as outras duas coisas ao serem solo fértil e luz solar). O texto não apenas se refere especificamente às plantas agrícolas de um campo cultivado; também implica que duas das coisas necessárias à agricultura ainda estavam em falta. Além disso, é óbvio que isso não significa plantas em geral, pois isso seria o mesmo que dizer que não há selvas, florestas ou prados em nenhum lugar porque o homem ainda não tinha lavrado o solo, esse é um pensamento ridículo. Não, a vegetação descrita aqui é a de horticultura. É a administração da agricultura. Mas uma neblina subia da terra e regava toda a superfície do solo (Génesis 2:6). Note-se que terra e água (em forma de neblina) já existiam a essa altura. Só não tinha chovido ainda. Génesis 2 não é uma narrativa da criação da Terra e água; isso já tinha acontecido em Génesis 1.

Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente (Génesis 2:7). Aqui, ao apresentar a linhagem humana dos céus e da Terra na era de quando foram criados, o autor retrocede na sequência cronológica ao sexto dia, quando Deus criou o homem, um lugar apropriado para começar. Podemos encontrar essa ferramenta literária - quer dizer, retroceder na sequência cronológica para entrar em detalhes - em outros lugares da Bíblia também. Vamos considerar 1 Reis 6-7. No capítulo seis lemos sobre a construção do templo de Salomão. A construção é terminada com o último versículo do capítulo, 1 Reis 6:38: "E, no ano undécimo, no mês de bul, que é o oitavo, se acabou esta casa com todas as suas dependências, tal como devia ser. Levou Salomão sete anos para edificá-la". Então, no primeiro versículo do capítulo 7 seguinte, o autor segue a descrever a construção do templo de Salomão: "Edificou Salomão os seus palácios, levando treze anos para os concluir". Em 1 Reis 7:12, o autor termina com o palácio. Então, em 1 Reis 7:13, ele volta ao início da construção do templo, com isso ao voltar na sua sequência de tempo, a qual ele tinha completado no capítulo 6, antes mesmo de descrever a construção do palácio no capítulo 7. Desta mesma forma, o autor de Génesis apresenta a criação do homem no sexto dia no primeiro capítulo porque o homem é o ponto principal da história da Criação. Então, no segundo capítulo, o autor retorna ao sexto dia para entrar em mais detalhes sobre a narrativa que começa em Génesis 2:4 (e que dura até Génesis 5:1, onde a próxima narrativa começa).

E plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, na direcção do Oriente, e pôs nele o homem que havia formado (Génesis 2:8). Temos aqui a criação da agricultura com o primeiro jardim, criado por Deus para o homem. Nesse versículo temos o início da administração da agricultura. Nós temos tido que lavrar os campos desde então até aos dias de hoje (com excepção do período do dilúvio). Por uma questão de tempo, não vamos estudar cada um do resto dos versículos individualmente. Vamos dar uma olhada geral no resto do capítulo. Em Génesis 2:9-14 descreve-se o Jardim do Éden e um rio que percorria pelo jardim. Esse rio dividia-se em quatro rios menores, cada um a percorrer um território pré-dilúvio diferente. Aparenta ser o caso que as pessoas de depois do dilúvio nomearam alguns dos seus rios com os mesmos nomes dos rios antes do dilúvio, da mesma forma que os colonizadores americanos primitivos nomearam algumas das suas cidades e estados com o mesmo nome das cidades que tinham deixado para trás (Nova Iorque, assim nomeada por causa da cidade inglesa de Iorque; Nova Jérsei, assim nomeada por causa da Ilha de Jérsei no Canal Inglês; Nova Orleans, assim chamada por causa da cidade francesa de Orleans, etc). Em Génesis 2:15-17 retorna-se ao Jardim e inclui-se a advertência contra comer da árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Em Génesis 2:18 lemos a decisão de Deus de criar uma mulher para o homem, uma decisão que Deus com certeza tinha feito bem antes de criar o primeiro homem. Essa decisão é aqui apresentada como a introdução do que está para acontecer logo a seguir. Em Génesis 2:19-20, Deus, na frente de Adão, forma da terra "todos os animais do campo" e todas as "aves dos céus", para que Adão lhes desse um nome. Primeiramente, vamos destacar que, de acordo com a mentalidade da Antiguidade, ao dar o nome a algo estava como que a ser tomada a posse do que estava a ser nomeado. Então, este evento foi uma espécie de cerimónia pela qual Adão recebeu de Deus essas criaturas (e consequentemente todo o resto da criação) como pertencentes a si. Em segundo lugar, vamos prestar atenção ao facto de que Deus não criou todo o tipo de animais para que Adão lhes desse um nome, apenas alguns: "todos os animais do campo" (os que chamamos de animais de grande porte - os que estariam a ajudar o homem nas suas actividades agrícolas), e as "aves dos céus" (sem dúvida pela sua majestade impressionante... como se Deus estivesse a dizer a Adão: "você acha que esses animais de grande porte são impressionantes, então olhe esses daqui!"). Adão não ficou lá por semanas a nomear milhares de animais. Em terceiro lugar, vamos considerar o facto de que Deus já havia inicialmente criado todas essas criaturas antes de criar Adão, então Adão não viu quando Deus criou essas criaturas. Ao criar um jardim e recriar alguns dos representantes do reino animal na frente de Adão, Deus então pôde mostrar-lhe que era o Criador de tudo (até o usurpador - quer dizer, Satanás - vir logo após e tentar apresentar a si mesmo como o criador). Em quarto lugar, e para concluir, esse exercício com certeza foi didáctico. Talvez através desse exercício Deus pôde ensinar a Adão uma lição importante sobre a singularidade, beleza e valor peculiar do presente que estava prestes a receber - a sua esposa. Finalmente, em Génesis 2:21-25 Deus coloca essa joia preciosa na coroa da sua criação: Ele cria a mulher do homem. E o resto, como dizem, é história.

Ao considerar as duas narrativas da criação individualmente e então ao reconciliá-las, podemos ver que Deus descreve a sequência da Criação de Génesis 1, para então dissecar os seus aspectos e detalhes mais importantes, principalmente do sexto dia, em Génesis 2. Não há qualquer contradição aqui, apenas uma ferramenta literária comum de descrever um evento do geral ao específico.

Para onde vão os mortos?

Mulher chora vítimas de massacre em cemitério muçulmano

Algumas teorias sobre o destino dos mortos, podem até soar bonito e confortável, porém, não resistem ao crivo das Escrituras Bíblicas. O que a Bíblia diz é: existe céu e inferno, existe julgamento para todo e qualquer homem nascido sobre a face da terra. Deus revelou o Seu plano Salvador para a humanidade, para que, através Dele, todos igualmente, tivessem acesso às portas da eternidade num lugar de Luz ou de trevas. Ninguém, jamais poderá modificar o que Deus instituiu. Também, ninguém, jamais, será capaz de descobrir totalmente todos os mistérios que permeiam o mundo tanto dos vivos, quanto dos mortos. Mas aquilo que é necessário conhecer para se alcançar Salvação, está revelado, escrito, pelos séculos dos séculos e haverá de ser cumprido em cada jota ou til da Palavra.

"E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo" Hebreus 9:27. Se nasce e morre uma única vez, depois disso vem o juízo.


Algumas citações de Jesus sobre o Inferno:

Fogo - Mateus 7:19; 13:40; 25:41

Fogo eterno - Mateus 18:8; 25:41

Condenação eterna - Marcos 3:29

Fogo do inferno - Mateus 5:22; 18:9; Marcos 9:47

Condenação - Mateus 23:14; Marcos 12:40; Lucas 20:47

Condenação do inferno - Mateus 23:33

Ressurreição da condenação - João 5:29

Fornalha de fogo - Mateus 13:42, 50

O fogo que nunca se apaga - Marcos 9:43, 45

O fogo não se apaga - Marcos 9:44, 46, 48

Onde o seu verme não morre - Marcos 9:44, 46, 48

Choro e ranger de dentes - Mateus 8:12; 22:13; 25:30

Tormentos - Lucas 16:23

Atormentado nesta chama - Lucas 16:24

Lugar de tormento - Lucas 16:28

Trevas exteriores - Mateus 8:12; 22:13

Punição eterna - Mateus 25:46

No livro do profeta Oséias, numa referência clara sobre a vinda de Jesus, diz-se do inferno: "Eu vos remirei da violência do inferno, e os resgatarei da morte: Onde estão, ó morte, as tuas pragas? Onde está, ó inferno, a tua perdição?" Oséias 13:14.

A palavra usada para inferno é she'ol: sepultura, habitação dos mortos, lugar inferior, inferno. A raiz da palavra she'ol e sha'al: pedir, exigir, requerer. Assim, o inferno é um devorador faminto, voraz, nunca está cheio ou satisfeito, mas sempre quer mais.

"O Sheol e a Destruição são insaciáveis, como insaciáveis são os olhos do homem" Provérbios 27:20.

O relato da morte do mendigo Lázaro, no Evangelho de Lucas, narra com riqueza de detalhes o que acontece com a pessoa após a sua morte:

"E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá. E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite" Lucas 16:22-31.

Após a morte, o crente em Jesus, é escoltado por anjos para o seio de Abraão, um lugar de paz, também chamado de Paraíso. Esse lugar é o mesmo indicado por Jesus, quando da sua crucificação, Ele falou para o homem arrependido, conhecido pelos compatriotas como delinquente: "Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso" Lucas 23:43.

Aos arrependidos e entregues aos cuidados de Jesus segue o Paraíso. Para os que resistiram à mensagem do Evangelho e negaram ao Filho de Deus, segue-se o She'ol. Ninguém, após a morte, poderá mudar a sua escolha, ela deverá ser feita em vida, como diz a passagem de Lucas sobre o rico e o mendigo. Existe um abismo entre céu e inferno e no inferno há tormento e sede. O rico demonstra preocupação com os parentes que ainda são vivos, gostaria que eles acreditassem em Jesus para que fossem salvos. É interessante perceber que existe certa bondade nesse homem que está no she'ol, mas ele já não poderá viver outra vida ou voltar à terra para falar a seus parentes sobre o destino dos mortos. A resposta de Abraão para o que está em tormento, é enfática: "É preciso ouvir o que diz a Bíblia, ela está sendo apregoada na terra".

A ordem celeste, não comporta comunicação entre mortos e vivos: "Não acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite" e esse morto que ressuscitou foi Jesus Cristo: Mateus 12:40 diz: "Porque, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim o Filho do homem estará três dias e três noites no seio da terra". O seio da terra seria o she'ol, Jesus desceu até ele e resgatou as chaves da morte:

"Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, E deu dons aos homens. Ora isto, Ele subiu, que é senão que também antes tenha descido às partes mais baixas da terra? Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas" Efésios 4:8-10.

Somente Jesus, nenhum outro nome, ninguém em vida, por mais festejado e bom que pareça, se fez Messias, ao ser crucificado e morto injustamente, ao ressuscitar ao terceiro dia, ao reaparecer aos seus discípulos e em seguida ao subir novamente ao céu para retornar definitivamente numa segunda vinda com o objectivo de resgatar a Sua Igreja e marcar a consumação dos séculos.

"E vi na destra do que estava assentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos. E vi um anjo forte, bradando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de desatar os seus selos? E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele. E eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro, nem de o ler, nem de olhar para ele. E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos. E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda a terra. E veio, e tomou o livro da destra do que estava assentado no trono. E, havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos. E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; E para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra. E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões, e milhares de milhares, Que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e acções de graças. E ouvi toda a criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas acções de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre. E os quatro animais diziam: Amém. E os vinte e quatro anciãos prostraram-se, e adoraram ao que vive para todo o sempre" Apocalipse 5:1-14.

Túmulos de soldados nas Malvinas

Em Apocalipse, livro da Revelação, é nos dito que haverá um dia em que todos os mortos serão julgados e aí o she'ol dará os seus mortos para a Geena (lago de fogo):


O Juízo Final

"E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo" Apocalipse 20:11-15.

A Bíblia em si é suficiente para revelar o que acontece com os mortos. O problema, é que o diabo, Satanás, tem como meta enganar, mentir, para roubar para si o maior número possível de vítimas, porque o inferno nunca está saciado. Deus não fez o homem e o abandonou na terra à sua mercê. Desde o princípio da história humana, Ele deu subsídios para que mesmo ao sermos nós limitados, pudéssemos, através da fé, sermos salvos da morte eterna. Viver pode ser dolorido, doloroso, porque o mundo geme e pranteia por causa da maldade humana que ainda no Éden, escolhe obedecer ao diabo e negar a Deus. E nós perguntamos: Deus pode tudo, então porque não acaba com o mal de uma vez por todas? Está escrito, e ninguém poderá alterar uma letra que seja: O bem venceu o mal e os salvos viverão eternamente com Deus, o mal será lançado no lago de enxofre. O mal terá um fim definitivo, mas até lá, muitos ainda deverão ser salvos.

A palavra julgar no livro de Apocalipse, traduz-se como Krima. Vem de crime, criminal, descreve o processo de julgar alguém culpado ou inocente. Krima é o julgamento de Deus sobre o erro. Nada que se faz na terra está oculto aos olhos de Deus, tudo, absolutamente tudo está registado nos livros que haverão de ser abertos no julgamento final. Por isso, se há injustiças, crimes, mortes, perversidades que nos abismam, não ficarão impunes. É verdade que a justiça terrena poderia ser mais eficaz, contudo não podemos culpar Deus pela maldade humana. Ele de facto, importa-se com cada um de nós e não nos deu uma salvação apenas pós-morte, mas também em vida. Jesus é intercessor dos vivos, Único. Tudo o mais é engano e engano. Trevas que se formam por consequência da incredulidade na Palavra de Deus:

"Deus quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade. Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo" 1 Timóteo 2:4-6.

O tempo é hoje, agora. A Palavra de Deus não exige rituais, nem sacrifícios humanos, a não ser o que se faz pela renúncia de uma vida de pecados. A Salvação não é um sistema, nem religião, não é invenção humana, nem doutrinas de mortos, é uma Pessoa, chamada Jesus Cristo. A esse nome, se dobrará todo o joelho, do homem mais rico ao mais pobre da Terra:

"Porque está escrito: Por mim mesmo jurei, diz o Senhor, diante de mim todo o joelho se dobrará e toda a língua confessará que sou Deus. Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus" Romanos 14:11-12.

A nossa esperança não deve estar em mortos, nem em homens vivos, mas em Um só que é Cristo. Fora Dele não há salvação, por mais coerente que pareçam outras teorias. Deus mostra-nos que o diabo tem a capacidade de se transfigurar até mesmo em anjo de luz: "Satanás se transfigura em anjo de luz" 2 Coríntios 11:14. Ele pode tomar a forma de pessoas, animais e o que mais achar conveniente para levar vidas ao abismo. Ele tomou a forma de uma serpente no Éden, Ele fez-se passar pelo profeta Samuel numa sessão de invocação aos mortos. Quando da tentação no deserto, Satanás, "mostrou reinos" para Jesus. Ele tem um poder de persuasão muito forte e pode realizar sinais e prodígios ao enganar quem não conhece a Palavra de Deus. Precisamos estar atentos, e confiar unicamente no Filho de Deus, Ele é quem dá forças ao cansado e faz o fraco forte.


O Paraíso

"Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso" Lucas 23:43.

Nas palavras de Jesus ao ladrão arrependido, ficou evidente que o arrependimento é condição essencial para a salvação. Por isso também, João Baptista, a voz que clamava no deserto, ao anunciar um novo tempo, em que Deus havia descido à Terra para falar directamente com os homens, dizia: "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, arrependei-vos" João 1:23, 29.

Deus dedicou a todas as gerações o anúncio de que existe uma vida após a morte, e ela é eterna: ou com Deus no Paraíso, ou com o diabo no inferno. Ninguém poderá dizer, no dia do julgamento, que não ouviu falar de Jesus. Poderá sim, dizer que O negou. E nós perguntamos: o que dizer sobre as crianças que morrem, sobre os que morrem ainda no ventre, sobre os loucos, e outras coisas sobre as quais não se explicam pela lógica humana? Baseados em alguns desses argumentos é que surgem doutrinas tantas, que acabam por arrebatar vidas e mais vidas ao inferno. Cada um desses tópicos, poderia receber um estudo detalhado à luz das Escrituras, mas o que Deus pede de nós? Que desvendemos os segredos existentes entre o céu e a Terra? A nossa filosofia é vã (como diz Shakespeare) por mais brilhantes que alguns de nós possam parecer.

"As coisas escondidas pertencem a Deus, mas as coisas que são reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que observemos todas as palavras desta lei" Deuteronómio 29:29.

Ainda sobre a fala de Jesus ao ladrão no dia da crucificação, fica claro que o arrependimento e o acolhimento de Jesus no coração, redimem todo e qualquer homem. A partir de então, tem inicio uma nova criatura, nascida novamente, através do espírito: "Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus" João 1:11-13. Nascido de novo, salvo para a eternidade! Essa condição, restitui ao homem aquilo que havia se perdido pelo pecado.

"Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus" Romanos 3:23-25.

Todos igualmente somos pecadores, mas a Graça Divina enviou a Jesus para nos permitir receber uma nova essência. Essa que nos aproxima de Deus e nos transforma, a cada passo em direcção à eternidade. Esse factor, não nos torna melhor que ninguém, pois a Salvação não é "alo genético", mas uma escolha, nascida no coração e pode ocorrer mesmo à beira da morte. Esse factor, contudo, nos dá a certeza de uma vida com Deus, de uma casa celestial, quando a morada terrena se desfizer. A salvação é um gozo indescritível em vida, apesar dos embates, de tudo quanto possamos viver nesse mundo repleto de injustiças e outros males. A salvação é a vida de Deus em nós, é Jesus Cristo ressuscitado como esperança eterna.

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigénito Filho de Deus" João 3:16, 18.

A fé não faz muitas exigências. Aquele ladrão na cruz, crucificado ao lado de Jesus, teve apenas algumas horas em Sua companhia e foi o suficiente para crer e ser salvo. E muitos de nós, temos anos e mais anos, às vezes 25, 30, 40 anos e ainda julgamos ser pouco tempo para conhecer a Verdade. Aquele ladrão teve no máximo um dia na companhia de Jesus e O reconheceu como Messias Salvador. A Bíblia narra muitas outras pessoas que foram salvas depois de ouvir algumas Palavras de Jesus e imediatamente os seus corações quebrantaram pela sede de Deus, pelo arrependimento para uma nova vida.

O Paraíso existe, também o inferno e como no relato do mendigo e do rico; cada um de nós, haverá de escolher entre um desses destinos.

Filhos de Agar ou Herdeiros das Promessas?

"E o anjo disse a Agar, serva de Sarai, donde vens e para onde vais?" Génesis 16:8

Quando conhecemos a Verdade Salvadora, presente em Cristo Jesus, enchemos-nos de sonhos e também de certezas. Sabemos que aquela vida, reservada para nós, por Deus, o nosso Pai, nos trará bem-aventuranças: "Por causa da esperança que vos está reservada nos céus..." Colossenses 1:5. É como se estivéssemos a caminhar na direcção errada, rumo a um grande abismo, sem direito a resgate e de repente encontrássemos um mapa. Um mapa que nos indica: "Perigo a tantos metros, não siga em frente! Mude a rota!". Daí, bem ali, sentado à beira da estrada nós obedecemos. Arrumamos a nossa mochila, guardamos as instruções seguras no nosso coração e seguimos confiantes, rumo à terra prometida em que constam todas as promessas referentes à nossa pessoa.

O mapa, que salvou o andarilho, não só lhe apontou um Caminho sem enganos, sem armadilhas, mas representou um novo começo, um novo tempo. É assim também connosco: O andarilho perdido, em direcção à morte, representa o homem inclinado à vontade da carne em direcção ao inferno, filhos de Agar, herdeiros da desobediência. Agar era uma escrava egípcia que servia a Sara, esposa de Abraão. De tanto esperar a promessa de um filho, Sara que era estéril, impacientemente pediu ao esposo que coabitasse com Agar, dessa relação, nasce Ismael, a quem Paulo descreve no livro de Gálatas como "filho da escrava" Gálatas 4:22.

Cada vez que imitamos o andarilho fora da rota, podemos ser chamados de "filhos de Agar": Nos distanciamos das promessas de Deus para nós e ao confiar nos nossos desejos, realizamos, através da força o que pede o nosso impulsivo coração. Somos filhos de Agar por natureza, mas, essa natureza, necessita ser transformada. O Mapa. Ele indica-nos a direcção certa. Ele está escrito. Com letras Eternas. Quando obedecemos às suas indicações, deixamos de ser andarilhos perdidos e nos tornamos cidadãos dos céus, numa viagem que nos conduzirá ao Paraíso. No final do Mapa, uma indicação que nos faz ter ânimo para caminhar, nos faz ter vontade de seguir em frente: "E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque as primeiras coisas são passadas" Apocalipse 21:4.

Onde estamos na estrada da vida? Somos o andarilho perdido, como filhos de Agar? Somos o viajante confiante rumo ao Paraíso? O que somos? Caminho rumo às promessas ao Paraíso ou ao abismo? Já olhamos o mapa? O Mapa é a Palavra de Deus, ao alcance de todos. Ele não é impossível de ser encontrado, para todo o andarilho, Deus providenciou um. Ele deu-nos o direito da partida, o nascimento foi a largada, onde está o seu mapa? Na sua eterna providencia e bondade, Deus enviou um mensageiro. A Este, concedeu ser um Mapa Mundi, estampado na História. Nenhum andarilho, peregrino, teria a desculpa de ser lançado ao abismo por não conhecê-Lo. Ele é Jesus. Aos que O seguirem, a certeza de direcção segura. O abismo será um tormento distante, o fracasso, um vilarejo sombrio e abandonado à beira do caminho, deixado para trás.

"E porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama Aba, Pai. Assim que já não és mais servo, mas filho: e se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo" Gálatas 4:6-7.

Vamos pegar o Mapa, obedecê-lo, mudar de direcção e passaremos de Filho de Agar a Herdeiro das ricas e Eternas promessas de Deus.

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