
Vida Cristã
Interpretação de Sonhos
"Porventura, não pertencem a Deus as interpretações? Contai-me o sonho" Génesis 40:8

- Introdução: O que é um sonho? A palavra sonho tem dois significados: o sonho que é uma visão nocturna e o sonho que a pessoa imagina mesmo acordado. Um tipo de sonho é de olhos fechados e outro de olhos abertos. Todos os dois tipos de sonhos são importantes para a vida de qualquer pessoa, desde que sejam compreendidos correctamente. Homens de Deus como José e Daniel tiveram o dom de interpretar sonhos e de administrar grandes projectos como um sonho de Deus. De nada adiantaria ficarem somente a sonhar se não lutassem pelos seus ideais. Por isso precisamos aprender tanto a entender os sonhos que recebemos como gerenciar a nossa própria vida em busca dos nossos sonhos e objectivos.
Você sonha?
Vamos aprender um pouco mais sobre sonhos:
1- SONHAR A DORMIR: Jeremias 23:28 "O profeta que tem sonho conte-o como apenas sonho; mas aquele em quem está a minha palavra fale a minha palavra com verdade. Que tem a palha com o trigo? - diz o SENHOR".
O primeiro tipo de sonho é com os olhos fechados. Um sonho é uma série de pensamentos, imagens ou emoções que ocorrem durante o sono. Durante o sonho parece que estamos a viver uma realidade. Os sonhos podem ser de origem:
- Natural ou humana (Eclesiastes 5:3). Pode ser fruto da imaginação ou até mesmo lembranças do passado que vêem à tona do subconsciente para a mente.
- Divinos (Génesis 28:12). Deus usa sonhos para se comunicar com o homem (Números 12:6), como fez com Faraó (Génesis 41:1-10), Jacó (Génesis 31:10-11), Salomão (1Reis 3:5) e tantos homens de Deus.
- Maligna (Deuteronómio 13:1-2; Jeremias 23:32). o inimigo tenta perturbar as pessoas com visões más. Contudo o diabo não pode fazer nada sem a permissão de Deus (Jó 1:6-12). Então se você vir algo maligno é para desmentir Satanás e destruir as suas obras (1 João 3:8).
Sonhos naturais são como a palha que logo o vento leva e perece. Mas sonhos espirituais são revelações de Deus que devem ser levadas a sério, tanto para ser repreendido se for algo maligno (Tiago 4:7), como confirmar um aviso de Deus (Mateus 2:12, 22).
Como saber se um sonho é de Deus?
Para entender um sonho é preciso:
a) Oração: 1 Coríntios 2:14
Assim que acordarmos de um sonho, devemos orar a Deus a pedir revelação do seu significado espiritual ou entendimento se foi apenas fruto de preocupações da mente. Se for preciso devemos tirar um tempo para oração (Daniel 2:16).
b) Leitura da Bíblia: Mateus 22:29
Se sentirmos que o sonho foi de origem espiritual, devemos procurar ler na Palavra de Deus à procura significado de tudo que foi visto. Se for de Deus haverá alguma base bíblica para explicar "porque a Palavra de Deus é viva e eficaz" (Hebreus 4:12).
c) Discernimento Espiritual: Daniel 2:28
Se o sonho for espiritual, somente o Espírito Santo pode dar o significado. A interpretação de um sonho nem sempre é literal ou da forma como foi visto no sonho. Não podemos cair no misticismo ao estabelecer regras de interpretação como, por exemplo, listas de significados (Daniel 2:9).
Os sonhos espiritual são muito claros (Génesis 37:5-10) e inesquecíveis, ao trazer preocupação pela sua seriedade (Daniel 2:1 e 4:5, 19). Mas a sua interpretação varia segundo a "multiforme graça de Deus" (1 Pedro 4:10).
Deus revela-se através de sonhos!
2- SONHAR ACORDADO: Salmos 126:1 "quando o Senhor restaurou a sorte de Sião ficamos como quem sonha".
O segundo tipo de sonho é com os olhos abertos. Os sonhos também são desejos do nosso coração (Salmo 37:4), planos e projectos para o futuro. Deus revela os seus planos para os seus servos (Amós 3:7) ao trazer ao coração o que vem de Deus (Isaías 55:9-10).
Algumas características de um sonho que vem de Deus são:
a) Os sonhos de Deus trazem glória a Deus.
Se temos um sonhos, mas a sua realização não vai glorificar o Senhor, devemos pedir a Deus para tirar do nosso coração ou restaurá-lo, para que ele volte a ser exactamente como é no coração de Deus (Isaías 42:8).
b) Os sonhos de Deus jamais serão frustrados.
Os propósitos de Deus para a nossa vida, têm o poder de se tornar realidade porque nenhum dos desígnios do Senhor pode ser frustrado (Jó 42:2). Na Bíblia, quando alguém recebia uma revelação, era simples saber se vinha ou não de Deus. Se acontecesse, é porque era de Deus; se não, é porque não era.
c) Os sonhos de Deus realizam-se no tempo de Deus.
Todos os sonhos de Deus irão se realizar, no tempo certo na nossa vida (Eclesiastes 3:1). Pode parecer que está a demorar, que é impossível, que é algo grande demais, mas para Deus todas as coisas são possíveis (Lucas 1:37). Deus sabe a melhor hora para desfrutarmos a realização dos nossos sonhos.
Antes de definirmos um projecto para a nossa vida, é necessário buscar a orientação de Deus e compreender que a vontade de Deus é "boa, perfeita e agradável" (Romanos 12:1), mas a vontade do homem nem sempre é boa, é imperfeita e desagradável. Por isso é importante buscar o conhecimento dos planos de Deus para as nossas vidas (Jeremias 29:11-13) e apresentar tudo a Deus em oração. Para construir um sonho de acordo com a vontade de Deus, é preciso saber que os planos humanos podem falhar (Provérbios 14:12 e 16:1-3), o que é possível pertence a nós e devemos lutar pelos ideais (Eclesiastes 9:10), mas o que é impossível pertence a Deus (Jeremias 32:27).
Devemos buscar os sonhos de Deus para nós!
Deus tem sonhos para nós!
- CONCLUSÃO: 1 Coríntios 14:33 "porque Deus não é de confusão, e sim de paz".
Seja de olhos fechados ou abertos, se o sonho for de Deus trará paz ao nosso coração e nunca ficaremos confusos. Esta certeza no íntimo é fruto da verdadeira fé (Hebreus 11:1) que não pode ser abalada (Salmos 125:1). Todos nós certa vez ouvimos que 'um homem sem sonhos é um homem morto' e realmente compreendemos que muitas pessoas estão sem vida porque não conseguem mais sonhar com o futuro. Devemos pedir a Deus que nos revele sonhos espirituais com entendimento espiritual e devemos apresentar os nossos sonhos e projectos na presença do Senhor para que sejam confirmados por Deus (Salmos 9:17).
Devemos apresentar a Deus os nossos sonhos e receber os sonhos de Deus!
O Cuidado com as Palavras

"de uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim" (Tiago 3:10).
Neste estudo bíblico vamos abordar o tema: o cuidado com as palavras. Para este estudo vamos usar como texto base o livre de Tiago 3:1-12 e como versículo chave, o versículo 10, acima descrito. O apóstolo Tiago, meio-irmão de Jesus, convertido após a ressurreição de Cristo, e pastor da igreja de Jerusalém (Gálatas 2:9). Tiago escreveu a sua epístola para as doze tribos que andavam dispersas Tiago 1:1, com o propósito de encorajar os crentes Judeus que enfrentavam provações, que colocavam a sua fé à prova, de corrigir crenças erróneas a respeito da natureza da fé salvífica e de exortar e instruir os leitores concernentes ao resultado prático da sua fé na vida de rectidão e nas boas obras.
O apóstolo Tiago em Tiago 3:1-12 nos adverte solenemente contra a pecaminosidade de uma língua indomável, e em Tiago 3:10, ele alerta claramente como proceder em palavras. Vejamos que nos primeiros versículos o escritor diz que se alguém não tropeça em palavra, é uma pessoa perfeita. E neste contexto o sentido de "tropeça" não é de levar um encontrão, e sim de perder o equilíbrio em palavras; é quando erramos por falar sem refrear a língua, sem pensar, sem medir as consequências que aquelas palavras podem causar. Porque uma palavra dita é como uma flecha lançada. Nós cristãos devemos ter cuidado com que está a sair das nossas bocas, se é para bênção ou para maldição, ou se é os dois ao mesmo tempo. O apóstolo nos ensina que a nossa boca é para louvar e glorificar a Deus, mas muitas pessoas erroneamente usam a sua boca para bendizer a Deus e amaldiçoar o seu semelhante. A instrução de Tiago 3:9-12 nos mostra que é errado a mesma boca proceder à bênção e maldição Tiago 3:10; "Porventura deita alguma fonte um mesmo manancial água doce e água amargosa?" Tiago 3:11. Ao interpretar o versículo, como a boca que louva, exalta, glorifica a Deus ao público, é a mesma que está a amaldiçoar o filho, o pastor, o irmão, o vizinho, etc. Poderia um cajueiro produzir uma maçã? É claro que não, mesmo assim é a nossa boca, por isso o irmão Tiago nos orienta a nos controlarmos para não errar. Paulo também adverte os irmãos de Roma sobre os perigos de uma língua sem controle, ele a compara com uma serpente venenosa e diz mais que está cheia de maldição (Romanos 3:13-14). E muita língua de crente é como uma serpente. Devemos ter cuidado, pois muitas vezes inocentemente (mas tem vezes que falamos com plena consciência do que estamos a dizer) estamos a amaldiçoar os nossos pais, filhos, irmãos, parentes, amigos e irmãos em Cristo com palavras.
O homem não consegue domar a língua (Tiago 3:8), mas não é por isso que vamos sair por toda a parte a falar o que nos dá na telha, temos de ser sábios e entendidos no falar (Tiago 3:13, 17). É a ler as sagradas escrituras e a pedir a Deus nas nossas orações que Ele vai nos tornar cada vez mais sábios e entendidos. Por fim peço nas vossas orações que nos lembremos uns dos outros, e que este estudo seja uma bênção na nossa vida pessoal, espiritual e profissional. Cremos que esta aprendizagem vai nos ajudar a amadurecer mais espiritualmente e aprofundar ainda mais o nosso conhecimento das Sagradas Escrituras.
Santificação
Através de toda a Bíblia, a santificação tem sido um elemento essencial na relação entre Deus e o seu povo. Esta qualidade de ser separado do pecado é uma característica fundamental da santidade de Deus, que tem que ser desenvolvida como parte do carácter dos seus filhos. Depois de observar brevemente a importância da santificação através de toda a Bíblia, consideraremos as implicações de um texto desafiador na segunda carta de Paulo aos cristãos em Corinto.
Deus Quer um Povo Santo
Desde a criação, Deus quis um povo santo. Ele desejou uma comunhão especial com os homens que fossem capazes de andar com Ele e falar com Ele numa união especial. Mas a própria natureza de Deus estabelece limites para tal associação. O Seu carácter santo não pode permitir ser contaminado pelo pecado e pela corrupção. Os homens só podem estar na Sua presença se forem puros. Adão e Eva andavam no mesmo jardim que Deus, e falavam com Ele. Mas logo pecaram e perderam esta convivência especial. Foram expulsos do jardim do Éden - separados de Deus - o que foi a morte espiritual que Deus havia prometido como consequência do pecado (Génesis 2:17; 3:23-24). Povo sem santidade não podia permanecer na presença do santo Deus. Depois que gerações de pecadores morreram num mundo corrompido, Deus escolheu os descendentes de Abraão para serem um povo santo. Ele os separou da má influência dos senhores egípcios e preparou uma terra onde poderiam habitar livres da corrupção dos povos idólatras. Ele até mesmo lhes deu uma lei especial, que ressaltava a distinção entre o puro e o impuro. Deus explicou a necessidade da pureza deles quando lhes deu essa lei:
"Eu sou o Senhor, vosso Deus; portanto, vós vos consagrareis e sereis santos, porque Eu sou santo... Eu sou o Senhor, que vos faço subir da terra do Egipto, para que Eu seja vosso Deus; portanto, vós sereis santos, porque Eu sou santo" (Levítico 11:44-45).
Contudo, o povo que Deus havia seleccionado excepcionalmente e resgatado não permaneceu santo. Os israelitas repetidamente exibiram o seu pecado aos olhos de Deus. Ele às vezes avisou que poderia entrar no meio da congregação pecaminosa e destruir o povo (Êxodo 33:5; Números 16:44-45). Por quê? Simplesmente porque não pode haver comunhão entre a santidade de Deus e a impureza do homem. O homem tem que ser purificado, ou morrerá (Isaías 6:1-7). Deus ainda quer um povo santo, e providenciou, através de Cristo, o meio de purificar os pecadores para servirem-No. Os cristãos são o povo santo de Deus (1 Pedro 2:5, 9). Aqueles que se dizem ser seguidores de Jesus deverão conduzir-se como um povo santificado e purificado da impureza do mundo.
A Santificação é Essencial para ter Comunhão com Deus (2 Coríntios 6:14 - 7:1)
A igreja em Corinto estava rodeada de imoralidade e falsa religião. Os cristãos eram frequentemente tentados a voltar às más práticas do mundo. Paulo entendeu esta tentação quando lhes escreveu cartas de encorajamento. Vamos considerar o seu ensinamento em 2 Coríntios 6:14 - 7:1. Paulo ensinou que o pecado não tem lugar na vida do cristão. Em 2 Coríntios 6:14-15 ele disse:
"Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo?".
Encontramos nestes versículos uma lista de coisas que são totalmente opostas. Paulo não encoraja a nenhum tipo de compromisso. Ele não nos diz que um pouco de mal pode coexistir com a justiça. Em vez disso, mostra que não pode haver nenhuma tolerância do pecado na vida de um cristão. Os cristãos pecam (1 João 1:8, 10), mas temos que admitir esses erros e procurar o perdão de Deus para manter a comunhão com Ele (1 João 1:9; 2:1). Certas religiões e filosofias orientais ensinam que o bem tem que ser contrabalançado pelo mal e que cada bem é manchado por alguma quantidade de mal. Tais ideias contradizem frontalmente o ensinamento da Bíblia. Bem e mal são distintos e não podem existir em harmonia. Os discípulos de Cristo não podem comprometer-se com o erro.
Esta santificação é baseada na nossa relação com Deus. Paulo continuou em 2 Coríntios 6:16-18 a dizer que a base para esta santificação é a nossa relação com Deus. Nestes versículos, ele usa a linguagem das passagens do Velho Testamento para mostrar que Deus ainda deseja um povo santo:
"Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em cousas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso".
O desejo básico de Deus permanece inalterado. Ele quer ter íntima comunhão com o seu povo santo. Mas um Deus puro não pode ter amizade com pecado; portanto, temos que separar-nos do mal e da impureza. Mas, para que não vejamos isto como uma tarefa desagradável de renúncia, teremos que nos lembrar do grande privilégio que é descrito aqui, especialmente em 2 Coríntios 6:18. O Deus Todo-Poderoso do universo, o nosso grande Criador e Redentor, quer ser nosso Pai. Os cristãos têm imenso privilégio de serem chamados filhos e filhas do próprio Deus! Que faremos para aproveitar desta abençoada amizade com Deus? Em 2 Coríntios 7:1 oferece a conclusão prática desta passagem:
"Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus".
Por causa do grande privilégio de sermos chamados filhos e filhas de Deus, temos que nos purificar de toda a impureza. Não apenas 50%, 90% ou 99% do pecado, mas de toda a imundície. Por quê? Por causa do nosso respeito a Deus. Ele merece o nosso serviço de santificação. Temos que ser limpos de que tipos de impureza? Paulo menciona duas amplas categorias de pecado que têm que ser expurgadas das nossas vidas:
Impureza da carne. Isto incluiria todas as formas de imoralidade e mundanismo. Pecados sexuais, embriaguez, desonestidade e todas as outras características da carne têm que ser abandonadas. Pessoas que praticam tais coisas não terão permissão para entrar na eterna comunhão com Deus (Gálatas 5:19-21; 1 Coríntios 6:9-11; Apocalipse 21:8).
Impureza do espírito. Impureza espiritual e religiosa também têm que ser removidas das nossas vidas. Os cristãos em Corinto estavam rodeados pela idolatria, por isso Paulo usou este exemplo específico. Estamos rodeados de uma variedade de doutrinas humanas e filosofias, práticas de espiritismo, adoração de santos e de imagens, etc. O verdadeiro cristão não pode continuar a participar de tais práticas impuras. Temos que limpar-nos de qualquer mal deste tipo (1 Coríntios 10:14), ao adorar somente a Deus (Mateus 4:10). A nossa adoração a Deus tem que ser de acordo com a sua verdade (João 4:24). Sem nos santificar, não teremos comunhão com o Senhor que morreu por nós.
Aplicações na nossa Sociedade
Vivemos num mundo que tem sido manchado, por milhares de anos, pelo pecado. Estamos rodeados por violência, pornografia, desonestidade e falsa religião. Deus não pretende que nos isolemos deste mundo (João 17:14-21), mas que fujamos dos seus pecados (1 Timóteo 6:11) e brilhemos como luzes num mundo de trevas (Mateus 5:14-16). Nunca foi fácil viver como povo santificado num mundo de corrupção e injustiça, mas é possível. Jesus provou isso durante uma vida de pureza sem pecado. É nossa responsabilidade seguir os seus passos:
"Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca" (1 Pedro 2:21-22).
Preparados para Servir
Vamos imaginar o seguinte cenário. Estamos à espera de uma cirurgia muito delicada ao nosso cérebro. Já procuramos um hospital bem conceituado neste ramo, e consultamos um dos melhores cirurgiões do mundo, quem marcou a cirurgia tão crítica para a nossa vida. No dia marcado, já estamos na sala da cirurgia, à espera da chegada do cirurgião. De repente, uma enfermeira entra e explica que o cirurgião passou mal e não poderá realizar a nossa cirurgia. Mas, para não perdermos a oportunidade, procurariam outro cirurgião para substituí-lo. Ela pede a nossa compreensão, enquanto uma outra enfermeira procura alguém para fazer a cirurgia.
Ao mesmo tempo, a segunda enfermeira interrompe a apresentação de um colega a um grupo escolar que fazia excursão no hospital. Ela explica aos alunos: "Olhem, o problema é que o Dr. Experiente passou mal, e precisamos de alguém para fazer a cirurgia no lugar dele. Alguns de nós certamente já sonharam em ser grandes médicos. Alguém quer substituir o cirurgião hoje?" Um dos alunos levanta a mão e encaminha-se para a sala de cirurgia, disposto a abrir a nossa cabeça e a começar a cortar o nosso cérebro. O que faríamos?
Agora podemos acordar do pesadelo! Nem conseguimos imaginar uma coisa tão absurda. Uma pessoa totalmente despreparada a fazer uma cirurgia no cérebro de outra pessoa? É certamente uma idéia ridícula! O que parece absolutamente ridículo no contexto de um hospital acontece com bastante frequência em muitas igrejas hoje. Pessoas despreparadas são convidadas a pregar ou ensinar, e acabam por assumir responsabilidades sem ter condições de cumpri-las. O resultado pode ser pior do que uma cirurgia cerebral feita por um aluno do ensino médio. Ensinamento errado, sem base adequada nas Escrituras, pode ser eternamente fatal. Qualquer pessoa que abre a Bíblia e a sua própria boca tem a obrigação de se preparar para falar a verdade em amor (Efésios 4:15-16).
A Importância da Preparação
Quando nos entregamos a Deus, assumimos um compromisso de sermos fiéis a ele. Para cumprir a nossa obrigação de obedecer tudo que Jesus tem nos ordenado (Mateus 28:18-20), precisamos estudar para conhecer bem a palavra Dele. Paulo disse a um irmão mais novo: "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" (2 Timóteo 2:15). Pedro escreveu a discípulos espalhados em vários lugares: "...Santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós..." (1 Pedro 3:15). Ser preparado para falar a outros faz parte da nossa devoção ao Senhor. Paulo usou uma linguagem que deve chamar a nossa atenção quando disse a Timóteo: "Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra" (2 Timóteo 2:21). Vamos considerar o significado de sermos utensílios santificados e preparados para boas obras. No Antigo Testamento, achamos formas da palavra "preparar" usadas mais de 50 vezes em relação a coisas ou a pessoas dedicadas ao serviço do Senhor. A maioria dessas citações fala sobre sacrifícios, ofertas e materiais utilizados no tabernáculo ou no templo para adorar a Deus. Até as mínimas coisas foram cuidadosamente purificadas e preparadas para o seu uso em honra do Senhor. Assim cada um de nós deve ser preparado - purificado e santificado - para honrar a Deus por meio de boas obras.
Jesus Enfatizou a Preparação
Várias parábolas de Jesus ensinam a importância da preparação. Talvez a mais conhecida seja a das dez moças que esperavam o noivo chegar à festa de casamento (Mateus 25:1-13). As moças insensatas, que não se prepararam adequadamente, não entraram na festa. As prudentes se equiparam para esperar o tempo necessário, e tiveram a alegria de participar da festa.
As ilustrações de construir uma torre ou enfrentar um inimigo em guerra também mostram a necessidade de se preparar bem para sermos discípulos de Jesus. O despreparado, muitas vezes, desiste no meio do caminho, e não chega ao seu destino. Pode até sofrer uma terrível derrota. Ler Lucas 14:25-33.
Além das suas parábolas, Jesus ensinou sobre a preparação na prática. Alguns dos seus discípulos o acompanharam constantemente, ao aprender com o Mestre. Desses, Ele escolheu os doze apóstolos que tiveram um treinamento mais intensivo ainda. Quando procuraram alguém para tomar o lugar de Judas Iscariotes, escolheram entre os homens que acompanharam a Jesus durante todo o seu ministério (Actos 1:21-22). Os apóstolos foram especialmente qualificados para falarem de Jesus (Hebreus 2:3-4).
Os seguidores de Cristo devem se preparar para O servir, especialmente para ensinar o evangelho aos outros. Os que não crescem espiritualmente são criticados pela sua negligência e imaturidade espiritual (Hebreus 5:12 - 6:3). Ao mesmo tempo, devemos lembrar que Deus não quer servos despreparados a ensinar além do seu conhecimento: "Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo" (Tiago 3:1). Ao tomar estes versículos juntos, percebemos que Tiago não está a dissuadir discípulos do trabalho importante de ensinar a palavra. Ele destaca a importância de preparação e controle da língua, sempre ao ter cuidado de não ultrapassar a palavra do Senhor (2 João 9).
Preparativos Insuficientes
Estudos superficiais. Frequentemente alguém ensina depois de fazer um estudo superficial do seu tema. Talvez utilize uma chave bíblica para encontrar alguns versículos isolados e já se acha capaz de explicar o seu assunto a outros. A chave bíblica é muito útil, mas devemos tomar o tempo necessário para estudar cada versículo no seu contexto para entender o sentido verdadeiro. Cada versículo da Bíblia deve ser entendido à luz de tudo o que as Escrituras dizem. Tal compreensão exige a dedicação e disciplina para estudar profundamente. Conhecimento de folhetos, artigos, livros, etc. Todos os servos de Deus têm muito trabalho para fazer. Na correria do dia-a-dia, é difícil achar tempo para estudar e preparar bons estudos. Ao invés de fazer a nossa própria pesquisa, é mais fácil e rápido pegar algum estudo escrito (até este mesmo que estamos a ler agora!) e utilizá-lo como aula, sermão, etc. Esta abordagem apresenta sérios riscos: Não aprendemos a fazer o nosso próprio estudo; Não chegamos às nossas próprias conclusões; Podemos ser facilmente enganados por palavras persuasivas de homens. Assim, como guias cegos, poderemos conduzir outros ao erro (Lucas 6:39). Cursos de teologia, seminário, etc. Estudar em escolas e faculdades pode trazer muitos benefícios, mas um diploma de teologia não prova a capacidade da pessoa a ensinar a palavra de Deus. A tendência de tais cursos é de ensinar sobre a filosofia e teorias teológicas, ao invés de ensinar sobre o conteúdo da Bíblia. Muitos seminários são controlados por determinadas denominações e ensinam conforme as doutrinas daquelas igrejas. Mesmo os cursos de teologia "independentes" são guiados por homens e tipicamente reflectem as opiniões da direcção. Nenhum aluno deve aceitar orientação bíblica ou espiritual sem uma cuidadosa conferência nas Escrituras (Actos 17:11).
Orientação em doutrinas e costumes dos homens. Repetir, explicar e defender regras de igrejas ou doutrinas decididas por grupos de homens não é ensinar a palavra de Deus. A boa parte das igrejas hoje tem os seus próprios livros ou manuais de doutrina. Em geral, pregadores e professores obrigatoriamente seguem a linha doutrinária da denominação, ou perdem os seus cargos. O medo de expulsão tem contribuído a muitas afirmações e acções erradas (João 7:13; 9:22; 12:42). Mas o discípulo fiel sabe que é melhor ser expulso pelos homens do que rejeitado por Deus (Lucas 6:22).
Sugestões para Ajudar na Preparação
Mostrar diligência (2 Pedro 1:5). O servo de Deus precisa ser zeloso no estudo e na aplicação da palavra do Senhor (2 Timóteo 2:15).
Aplicar-se com paciência e perseverança (Hebreus 12:1). Do mesmo modo que uma criança cresce aos poucos fisicamente, os filhos de Deus passam por um processo de crescimento. A disciplina é essencial para manter um ritmo de desenvolvimento espiritual. É importante ter tempo, diariamente se possível, para ler, estudar e orar.
Olhar sempre para o alvo (Colossenses 3:1-3). Para progredir espiritualmente, temos de nos livrar da maldade e das atitudes carnais que prendem os pensamentos e os corações das pessoas do mundo (Tiago 1:21-25).
Entender a seriedade do nosso trabalho (Tiago 3:1; Ezequiel 3:16-27). Nós que somos cristãos temos o privilégio de divulgar a palavra salvadora. A negligência dessa incumbência contribuirá para a morte de pessoas carentes da verdade.
Preparar-se com o evangelho (Efésios 6:15). Jamais abandonemos a pura palavra de Deus. As filosofias e palavras persuasivas da sabedoria humana não salvam ninguém (1 Coríntios 2:1-5).
Orar sem cessar (1 Tessalonicenses 5:17). Jesus orava constantemente, e a oração fazia parte integral do trabalho dos apóstolos (Actos 6:4). Deve fazer parte importante dos nossos preparativos na obra do Senhor.
Servir a Deus é um grande privilégio que exige a preparação constante. Vamos aproveitar tudo o que Deus tem nos dado para não sermos "nem inactivos, nem infrutuosos" como discípulos de Cristo (2 Pedro 1:8).